Cirurgia bariátrica causa mudanças emocionais que exigem acompanhamento psiquiátrico
A Luta

Cirurgia bariátrica causa mudanças emocionais que exigem acompanhamento psiquiátrico

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15/02/2016 12:25

Divulgação_Site www.formacao.cancaonova Um dos procedimentos mais procurados por quem busca perder peso, a gastroplastia, mais conhecida como cirurgia bariátrica ou redução de estômago, envolve mudanças físicas e emocionais importantes. Mais do que a possibilidade de emagrecer, a operação permite ao paciente refletir sobre os aspectos emocionais que podem estar associados à obesidade. Para isso, o apoio psiquiátrico é fundamental para o sucesso do procedimento e seus resultados. De acordo com a psiquiatra do Centro da Obesidade e Síndrome Metabólica do Hospital São Lucas da PUCRS, Karin Mombach, obesos apresentam uma prevalência maior de transtornos psiquiátricos do que a população em geral. “Nos pacientes bariátricos as patologias mais frequentes são os transtornos do humor, de ansiedade e de alimentação. Mas isso não quer dizer que todo obeso seja portador de uma doença psiquiátrica”, explica. Um dos principais sintomas de transtornos mentais associados à obesidade se refere a possível satisfação obtida através do ato de comer, que é bastante particular. Alguns pacientes que passam pela cirurgia bariátrica podem apresentar alterações emocionais como forma de expressar um desconforto inicial com a alteração dos hábitos alimentares, por isso é fundamental o acompanhamento médico neste momento. Ele oferece a possibilidade de cada paciente refletir sobre essa experiência em sua vida, levando em conta sua maneira de se satisfazer e de lidar com sofrimento. “A cirurgia pode afetar o estado emocional de diferentes formas. É importante salientar que não há um padrão único de comportamento e de como o paciente lida com as mudanças ocasionadas pela cirurgia. O que se observa é que aqueles que procuram conhecer melhor o processo no pré-operatório e buscam modificar alguns comportamentos antes de operar, apresentam uma chance muito maior de se adaptarem e se sentem mais satisfeitos com o que ocorre no pós-operatório”, esclarece Karin. Atendimento multidisciplinar para identificar transtornos emocionais Karin conta que o acompanhamento no pré-operatório busca verificar se o paciente está ciente das mudanças físicas e de comportamento que ocorrerão com ele no pós-operatório. Também é averiguado se há alguma psicopatologia presente que possa interferir na adaptação e nos resultados da cirurgia bariátrica. Para isso, ele conta com uma equipe que inclui médicos clínicos, cirurgiões, psiquiatras, nutricionistas e psicólogos. “Existe toda uma equipe multidisciplinar de atendimento, uma vez que algo que para o paciente pode ser uma simples queixa alimentar ou uma recusa alimentar, precisa ser identificada por todos para então encaminhá-lo para os profissionais de saúde mental”, afirma. Segundo a psiquiatra, cada paciente vive de modo subjetivo e particular as mudanças proporcionadas pela cirurgia bariátrica. Alguns, por exemplo, não entendem o procedimento como uma perda no sentido de não poder se alimentar como antes, mas sim como um alívio por não se sentir mais tão dependente da comida e por poder comer pequenas porções e já se sentir satisfeito. “A sensação de perda maior da capacidade de comer provavelmente estará ligada à falta de satisfação em outros aspectos da vida”, garante ela.    
Tags: Psiquiatria Obesidade Cirurgia bariátrica Gastroplastia Redução de estômago Psiquiatra Acompanhamento psiquiátrico

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