Estudo mostra que a felicidade está conectada com as relações
A Luta

Estudo mostra que a felicidade está conectada com as relações

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25/10/2016 17:05

Foto: Candida Performa/Creative Commons
Foto: Candida Performa/Creative Commons
Como podemos encontrar a felicidade?  Essa é, sem dúvidas, uma das principais e complexas perguntas que permanecem nos pensamentos das pessoas durante boa parte da existência. Motivada por esse questionamento, uma equipe de pesquisadores de Harvard, realizou um estudo durante 75 anos, chamada de Study of Adult Development (Estudo de Desenvolvimento Adulto). A pesquisa analisou a vida de mais de 700 pessoas, até a velhice. Os participantes foram analisados sobre trabalho, vida pessoal e saúde. E após tanto tempo, a conclusão foi que a felicidade está atribuída às relações interpessoais e não ao sucesso financeiro. Durante a palestra que ministrou no evento TED, realizado nos Estados Unidos, no final do ano passado, o psiquiatra Robert Wildger, um dos lideres da pesquisa, afirmou que os indivíduos que mantinham relações com a família, amigos e comunidade tinham a saúde melhor, comparada aqueles que não conservavam as relações. O psiquiatra também salientou que, além disso, o que mais importa é a qualidade dos relacionamentos e não a quantidade, pois podemos estar sozinhos dentro de um casamento ou em uma multidão. Todo esse bem-estar gerado através das ralações pode ser compreendido pelo conceito de felicidade, conforme explica a psiquiatra Glaydiciane Bezerra. “A felicidade está muito ligada à sensação de pertencimento, fazer parte de algo ou até de propósito de vida. Isso ocorre quando estamos inseridos em uma comunidade, por exemplo. Trata-se de uma sensação de importância, que o outro irá te escutar, que tu podes contar com o outro. As conexões significam fortalecimento”.  Conforme alguns outros estudos apontam, o nível de serotonina- neurotransmissor responsável pelo bem-estar- aumenta consideravelmente quando há conexões interpessoais. A sensação de importância que as boas relações nos trazem, explicam o motivo pelo qual o sucesso financeiro não está conectado com a felicidade, conforme a conclusão do estudo norte- americano. “Ter uma conta bancária alta não significa que o indivíduo tem a capacidade de se comunicar, habilidades sociais, de empatia e de se conectar com o estado mental e afetivo de outras pessoas. Por isso que muitos artistas bem sucedidos, percebendo que muitos se aproximam somente pelo lado financeiro, estão apoiando projetos sociais. Buscando essa felicidade no simples, com um proposito maior de vida e não apenas ganhar dinheiro” diz Glaydiciane. Em momentos de solidão extrema, a saúde do indivíduo tende a ficar mais frágil e, portanto, depressão e o aumento de álcool e drogas acontecem com frequência. “Tudo ocorre porque as pessoas se separam de suas relações e para preencherem esse vazio, costumam consumir drogas e álcool em excesso. Isso acontece, principalmente, em pessoas com o ego mais frágil, que tenham passado por traumas. Esses pacientes começam a não acreditar que existem pessoas para ajudar e afirmam que será muito difícil saírem dessa situação. Por isso que a depressão pode chegar a níveis altos, ir evoluindo até o suicídio.”, salienta a psiquiatra. Porém,  Glaydiciane alerta que também  existe o estado de solitude, onde a pessoa faz a opção  pelo isolamento. “Ao contrário da solidão, onde existe uma sensação de desconexão e não escolhemos estar nessa situação, na solitude a pessoa se aparta voluntariamente para se reconectar, refletir sobre a vida. Porém, a passagem de uma para outra é muito tênue. Por isso deve ser bem analisado”. Cada caso deve ser avaliado com suas peculiaridades, entretanto, o tratamento psiquiátrico envolve autoanálise e o incentivo de retomar as relações. “Muitos casos podem levar para um estado depressivo grave, mas o tratamento médico ajuda os pacientes a se reconectarem aos poucos e refletirem sobre o momento em que ocorreu essa ruptura nas conexões”, analisa Glaydiciane.
Tags: Psiquiatria

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