Falta de remédios e de informação na Farmácia do Estado causa transtornos a pacientes
A Luta

Falta de remédios e de informação na Farmácia do Estado causa transtornos a pacientes

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23/05/2016 15:57

Foto: Divulgação / SES
Foto: Divulgação / SES
Os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) estão acostumados a penar para usufruir da maioria dos serviços públicos de saúde, na Farmácia de Medicamentos Especiais do Estado não é diferente. A reclamação da falta de remédios é constante. Pacientes que dependem do serviço ficam sem acesso a medicamentos e sem previsão de quando estarão disponíveis. Resultado: são obrigados a voltar várias vezes à farmácia, pois a lista de medicamentos em falta não é divulgada. “Além da falta de remédios, a grande queixa é a falta de informação. A farmácia não divulga quando o medicamento vai estar disponível e o telefone dificilmente atende, então eles precisam voltar lá várias vezes”, conta a presidente da Associação Brasileira em defesa dos Usuários de Sistemas de Saúde (Abrasus), Terezinha Borges. Terezinha ressalta que a situação está ficando pior: “Essa é uma reclamação constante desde que a associação foi criada, em 2007, mas, no último ano, piorou muito”. Paciente reclamam da falta de medicamentos No começo da manhã do dia 11 de maio, Loraci Silva, aposentada de 58 anos, foi à Farmácia de Medicamentos Especiais do Estado para buscar o medicamento Alenia para a mãe. Ela explica que faz dois meses que o remédio está em falta e ela vai quase diariamente à farmácia tentar conseguir. “A questão é que esse medicamento é vital para minha mãe. Se ela não usar, ela para de respirar e morre. Esse remédio é muito caro e a gente está dando um jeito de se virar, mas está muito difícil”, conta Loraci. O Alenia é um medicamento usado em pacientes com asma ou doença pulmonar obstrutiva crônica. A Secretaria da Saúde do Estado confirmou que o medicamento está em falta e informou que a licitação já foi realizada e que a entrega deve ser feita até o final deste mês. Dolmar Masera Pigatto, radiotécnico de 58 anos, também foi à farmácia na manhã do dia 11 de maio. Ele foi buscar o medicamento Sevelamer para a esposa e foi informado que estava em falta. O medicamento é indicado para pacientes com doença renal crônica “Eu perguntei quando ia ter o remédio, mas eles não sabem. Daí tem que ficar vindo aqui todos os dias. Enquanto isso ela fica sem? Como fazemos?”, reclamou o radiotécnico. A Secretaria da Saúde informou que este medicamento não está em falta e que há 50.490 comprimidos em estoque. No dia 16 de maio, uma reportagem do jornal Diário Gaúcho contou a história da família do estudante Everton Rezende Junior, de 10 anos. Ele sofre de déficit de atenção e recebeu a autorização para receber Ritalina gratuitamente da Farmácia do Estado no mês de abril, mas até semana passada não havia recebido o medicamento que estava em falta na rede.

Falta de medicamentos não é divulgada

Foto: Manuella Brandolff/Especial Palácio Piratini Foto: Manuella Brandolff/Especial Palácio Piratini No mesmo dia em que foi buscar o medicamento para a mãe, Loraci foi informada na farmácia que nove medicamentos estavam fora de estoque, mas a informação não foi confirmada pela assessoria de imprensa da Secretaria da Saúde. De acordo com a secretaria, não é possível informar a lista de medicamentos disponíveis ou em falta. Segundo eles, a farmácia é abastecida várias vezes por dia, o que faz com que a situação do estoque seja muito dinâmica. A Farmácia de Medicamentos Especiais do Estado disponibiliza remédios para 18.963 pacientes cadastrados que utilizam 26.131 tratamentos. O Estado é responsável por distribuir parte dos medicamentos oferecidos para usuários do SUS por meio do programa de assistência farmacêutica, outros são oferecidos pelas prefeituras e pelo Governo Federal.
Tags: SUS farmácia Rio Grande do Sul Remédios governo do estado

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