Médico faz história ao operar a si mesmo
A Luta

Médico faz história ao operar a si mesmo

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15/02/2018 11:10

Especialista da Rússia tirou o próprio apêndice durante uma expedição na Antártica em 1961

  Distante de qualquer hospital e o único capaz de diagnosticar e tratar a si mesmo. Esse foi o destino do médico russo Leonid Rogozov em 1961, quando deparou-se com uma apendicite aguda e precisou operar a si mesmo durante uma expedição na Antártica. Seu feito rendeu a ele a condição de herói no país natal e colocou seu nome na história da medicina. "Como cirurgião, ele não teve dificuldade em diagnosticar apendicite aguda", disse o filho de Rogozov, Vladislav, em entrevista à BBC. "Ele havia feito esse tipo de cirurgia muitas vezes. No mundo civilizado era uma operação de rotina", explicou. Leonid_Rogozov_01

Região remota

Na época, a viagem da Rússia para a Antártida de navio demorava em torno de 30 dias e pegar um avião era impossível devido a neve e tempestades. A única saída do médico era ele mesmo tratar o problema. Em seu diário, o especialista escreveu: "ainda não há sintomas óbvios de uma perfuração iminente, mas um sentimento de maus presságios me oprime. É isso. Tenho de pensar detalhadamente sobre a única saída possível - operar a mim mesmo. É quase impossível, mas não posso apenas dobrar meus braços e desistir".  

Leonid_Rogozov_02A operação

Para conseguir operar a si mesmo, Rogozov pensou em utilizar um espelho para visualizar o que estava fazendo, mas acabou desistindo por que a imagem ficava invertida. Ele contou com a ajuda dos colegas que também integravam a missão de construir uma base no Oásis Schirmacher. Segundo os relatos do filho do médico, ele era tão sistemático que até instruiu os assistentes sobre o que fazer se ele começasse a perder a consciência, como injetá-lo com adrenalina e como fazer respiração artificial. Para o procedimento, ele pode utilizar apenas anestesia local na parede do abdômen, mas a remoção do apêndice teve de ser feita sem qualquer analgésico para que estivesse completamente consciente. Também não utilizou luvas, apenas as mãos para apurar o tato. "Pobres dos meus assistentes! No último minuto, olhei para eles. Estavam ali em pé, vestindo suas roupas cirúrgicas brancas, mais brancos do que o branco das roupas", Rogozov escreveu mais tarde. "Eu também estava com medo. Mas quando peguei a agulha com a novocaína e fiz a primeira injeção, de alguma forma entrei no 'modo cirurgião' e daquele ponto em diante eu não notei mais nada”, afirmou. A autocirurgia durou cerca de duas horas e foi um sucesso. Rogozov retomou suas atividades em duas semanas.

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          Com informações de http://www.bbc.com
Tags: Cirurgia Autocirurgia

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