O Médico Sanitarista e a Saúde Pública

Em 2 de janeiro é comemorado o Dia do Médico Sanitarista. Esse profissional trabalha analisando a saúde pública, apontando os problemas de uma comunidade, propondo melhorias e analisando os meios disponíveis para resolvê-los. O médico sanitarista também tem sido muito importante durante as construções públicas, pois ele tem o entendimento de compreender as consequências que essas obras podem causar em uma determinada comunidade. Com o passar do tempo, o trabalho desse profissional mudou bastante e hoje está inserida na área de saúde coletiva. Lidar com os problemas do cotidiano de uma sociedade é um dos grandes desafios dos médicos que trabalham diretamente com a saúde pública, que fazem da coletividade uma espécie de cliente, como explica o médico sanitarista e diretor do Sindicato Médico do RS (SIMERS), Germano Bonow “Utilizamos indicadores que apontam os maiores problemas na área da saúde de uma sociedade”. A médica de saúde pública, Maria Beatriz Targa, classifica a especialidade com uma das mais importantes na medicina, tendo sua família a comunidade. “A função do médico sanitarista é realmente uma das mais importantes. Podemos dizer que se equivale ao clínico geral, mas a diferença é que precisamos cuidar da comunidade como um todo. A comunidade é o paciente do médico de saúde pública”. Para o diretor da entidade médica, a escolha pela especialidade foi justamente encarar a realidade de tratar os problemas de uma comunidade no dia a dia. “Para mim, o desafio sempre foi o coletivo. Como fazer para tratar uma determinada sociedade, comunidade, seja ela de uma vila, de um município ou de um Estado”, relata Bonow. Para Maria Beatriz, a vontade por tentar ajudar as comunidades e ter muitos pacientes foram fatores decisivos para escolher a especialidade. “Sempre quis ser a médica da comunidade, resolver os problemas da população e ter uma grande quantidade de pessoas para poder auxiliar. Ter que olhar para o todo e, assim, ajudar a melhorar a vida das pessoas me atraiu desde cedo”, conta. Muitos problemas se sobressaem quando falamos de saúde pública, mas, no momento, as situações mais críticas, apontados pelos sanitaristas, são o acesso ao sistema de saúde como um todo, a saúde mental e o saneamento básico. “Na minha visão, apesar dos avanços, um dos grandes problemas ainda é acessar o sistema de saúde como um todo. Essa situação envolve muitos fatores como a logística do paciente que mora longe, a estrutura de muitos postos de saúde e a burocracia de remarcar uma consulta”, explica o diretor do SIMERS.  Já Maria Beatriz alerta para o saneamento básico precário, desencadeador de muitas enfermidades. “Pessoalmente, a questão do saneamento é bem complicada. Esses casos dos mosquitos transmissores de doenças, por exemplo, muitos se desenvolvem por conta de um saneamento básico precário”.