Reunião de entidades médicas representativas do RS marca debate em defesa da qualidade do ensino nas faculdades de Medicina
Medicina

Reunião de entidades médicas representativas do RS marca debate em defesa da qualidade do ensino nas faculdades de Medicina

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20/08/2021 19:35

 

Em reunião proposta pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), as entidades médicas do Estado - Conselho Regional de Medicina do RS (Cremers), Associação Médica do RS (Amrigs) e Academia Sul-Rio-Grandense de Medicina - debateram, na noite de quarta-feira, 18, o Projeto de Lei 4667/2020, que versa sobre a obrigatoriedade de aprovação em Exame Nacional de Suficiência em Medicina, como um dos requisitos necessários para o exercício profissional da Medicina em território nacional.

O Simers entendeu a necessidade de antecipar possíveis complicações advindas da aprovação deste PL, com o entendimento de que é urgente o recrudescimento das exigências sobre a qualidade do ensino nas faculdades de Medicina do Brasil. Além disso, a entidade mantém o posicionamento de que o acadêmico não pode ser culpabilizado pela qualidade da formação oferecida pelas Universidades. 

No entendimento do diretor de Projetos Especiais do Simers, Vinícius de Souza, o diálogo entre as entidades do RS é fundamental para o alinhamento de estratégia que não exponha o recém-formado. "Temos um sistema de educação extremamente oneroso ao estudante e que muitas vezes falha em capacitar o futuro médico para novo mercado de trabalho. Não podemos admitir que qualquer tipo de culpa seja atribuída ao acadêmico”, lembrou Souza. O diretor de Projetos Especiais do Simers observa que as faculdades precisam ser avaliadas com uma prova séria e responsabilizadas sobre seu rendimento, antes de colocar mais profissionais no mercado.

O presidente do Cremers, Carlos Isaia Filho, reforçou a preocupação do Conselho em duas frentes: garantir a atividade médica de qualidade e assegurar a saúde da população. "A abertura e fiscalização dos cursos de Medicina não envolve o Ministério da Saúde, tampouco Conselhos, Associações Médicas e Sindicatos. É uma ingerência específica do Ministério da Educação, onde se tem extrema dificuldade até para avaliar os currículos dos cursos. Isto é alarmante". Isaia ainda reforçou que é obrigação das instituições apresentar para a população este cenário crítico. 

 

O presidente da Academia Sul-Rio-Grandense de Medicina, Luiz Lavinsky, comprometeu-se com a elaboração de um parecer sobre a situação do ensino em medicina, que será entregue ao grupo para avaliação. Com uma prova consolidada há mais de 40 anos, o diretor da Amrigs, Dirceu Rodrigues, destacou que o modelo utilizado pela Associação pode servir para a proposta pensada, e colherá informações sobre a aplicação do teste.

Como resolução do encontro, o vice-presidente do Simers, Marcos Rovinski, elencou as três principais ações discutidas: refutar o PL para que seja construído um modelo onde a faculdade de Medicina seja responsabilizada, com uma perspectiva de redução de vagas, e consequentemente o cessamento do vestibular; cogitar o Revalida, com o foco no aprimoramento da avaliação para os médicos formados no exterior (Revalida); e a proposta de criação de um modelo de avaliação seriada, periódica, para o percurso acadêmico do aluno.

A reunião também contou com a presença de Germano Bonow, pela Academia Sul-Rio-Grandense de Medicina, da diretora do Núcleo Médico Jovem do Simers Bruna Favero, dos diretores do Núcleo Acadêmico do Simers Natállia Boff, Letycia Cabral e Leandro Rucks, e pela assessoria política e jurídica do Simers.

Tags: Conselho Regional de Medicina do RS (CREMERS) AMRIGS projeto de lei Simers

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