Simers demanda mudanças no plano de prevenção à tuberculose
A Luta

Simers demanda mudanças no plano de prevenção à tuberculose

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29/08/2019 00:00


O Simers esteve presente na Audiência Pública sobre a situação da tuberculose no Rio Grande do Sul que aconteceu na última quarta-feira (28), na Assembleia Legislativa do Estado. Representando a entidade, a Diretora de Região Metropolitana, Alessandra Felicetti, contribuiu para o encaminhamento de um pedido oficial à Prefeitura de Porto Alegre pedindo que alterações nos Centros de Referência em Tuberculose (CRTBs) sejam anuladas.

Organizada pela Comissão da Saúde e Meio Ambiente e presidida pelo deputado Dr. Thiago Duarte, o evento abordou o panorama da tuberculose no Rio Grande do Sul em números e métricas, especialmente as recentes transferências e fechamento de CRTBs na cidade de Porto Alegre.

Porto Alegre é uma das capitais com mais casos de tuberculose

Atualmente, Porto Alegre está entre as cinco capitais com maior incidência de casos de tuberculose, segundo dados do Ministério da Saúde, enquanto que o RS é o terceiro estado do Brasil com mais casos da doença, perdendo apenas para São Paulo e Rio de Janeiro.

Conforme dados disponíveis no Cadastro de Estabelecimentos de Saúde (CNES), havia cinco centros de atendimento à tuberculose na capital gaúcha. No entanto, a Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre (SMS/POA) fará uma série de mudanças nos serviços prestados pelos CRTBs à população.

Para Simers, mudanças no atendimento podem acarretar maior número de doentes

Entre as mudanças, o CRTB Centro será retirado da Unidade de Saúde Modelo e realocado na Unidade de Saúde Santa Marta, que fica no Centro Histórico da cidade. Da mesma forma, foram fechados os CRTBs Leno e NHNI, que ficavam na Bom Jesus e Navegantes respectivamente, e os pacientes passaram a ser atendidos no CRTB IAPI.

Durante a audiência pública na AL, a diretora do Simers Alessandra Felicetti ressaltou que as mudanças podem resultar em um aumento da epidemia da tuberculose na cidade. “Sabemos que as populações atendidas pelos CRTBs costumam ser as mais vulneráveis, com menor poder aquisitivo, que muitas vezes não possuem dinheiro para pagar uma passagem para outros bairros. Será que o paciente que precisa sair da Bom Jesus e ir até o IAPI ou sair da Ilha e ir até o IAPI não irá abandonar o tratamento? E esse paciente se deslocando no transporte coletivo também se torna uma fonte de contaminação para outras pessoas”, relatou a dirigente.

Os transtornos para os médicos que atuam no tratamento da tuberculose nessas populações de risco também foram pauta do Simers durante o evento. Devido às dificuldades impostas pelos órgãos públicos, a entidade vem encontrando obstáculos na realização de fiscalizações. “Uma coisa que nos preocupa é o fato de que o Simers não tem conseguido realizar vistorias nas unidades de saúde, pois a Prefeitura de Porto Alegre não nos autorizou as visitas solicitadas a cerca de 20 dias. Nosso intuito é acompanhar se os locais de atendimento têm a segurança necessária e se seguem os padrões do Ministério da Saúde para atendimentos à tuberculose”, relembrou Alessandra.

Ao final de sua fala na audiência pública, a diretora pediu à Secretaria de Saúde mais transparência e respeito com os profissionais que são apenas comunicados dessas mudanças, mas nunca consultados.


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Tags: Tuberculose Assembleia Legislativa Audiência pública Pneumologia epidemia

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