Assim como em outras áreas, o mercado de trabalho da medicina também se apresenta muito enxuto. Hoje em dia, apenas a graduação já não basta para conseguir um bom emprego e ter perspectiva de crescimento dentro das empresas. Algumas qualificações como curso de idiomas e um
networking bem feito se tornam necessários para alcançar o sucesso profissional, porém, para muitas pessoas o
networking significa uma troca de favores ou simplesmente de cartões, quando na verdade é mais do que isso. Se bem feita e trabalhada, essa rede de contatos também pode trazer muitos benefícios aos médicos.
A expressão vem da junção das palavras em inglês “net” que quer dizer rede, e “working” que significa trabalhando. De maneira simplificada, esse termo indica a capacidade de criar uma rede de contatos. Ela permite trocas valiosas de informações e experiências, buscando novos contatos e preservando os já existentes. Por isso, o que mais importa é ter qualidade e não quantidade. “O
networking funciona quando há benefício mútuo, quando você pode ajudar direta ou indiretamente pessoas, com o objetivo de fortalecer os relacionamentos que podem naturalmente transformar-se em indicação ou contratação do que você faz”, afirma o empresário especialista nas áreas de liderança, motivação e vendas, Márcio Mancio.
Entretanto, não é de uma hora pra outra que as coisas começam a acontecer. Um bom
networking leva tempo e requer muita disposição e energia. E na área da medicina não é diferente. “Você precisa visitar, se reunir com pessoas que estrategicamente podem ajudá-lo a atingir seus objetivos. Especificamente na área médica, em que a publicidade e propaganda tradicional têm algumas restrições, desenvolver um
networking de qualidade é imprescindível”, explica Mancio. O empresário também considera as redes sociais como uma ótima ferramenta na potencialização do
networking. “As mídias sociais não são mais algo desconhecido. Fazem parte do nosso dia a dia e são poderosas na ação de network que você deseja realizar. Você pode atingir, com um clique, milhares de pessoas que apenas no ‘boca a boca’ demoraria uma eternidade. Muitas vezes, um tempo que muitos profissionais na área médica não dispõem. Nestes casos, o profissional deve buscar auxílio de empresas que administrem sua carreira virtual”, orienta.
No entanto, Mancio alerta para alguns detalhes que acabam se tornando erros comuns, mas cruciais para estabelecer uma boa rede de contatos. “Um deles é quando você participa de um evento, conhece muitas pessoas interessantes para sua atividade, e acaba não dando seguimento, para que possam surgir ideias e ações concretas para os dois lados”. Ele também explica que fazer uma revisão frequente dos contatos novos e antigos ajuda a não deixar que futuras parcerias se percam.
O médico do trabalho Vinícius Saraiva é um exemplo de profissional da área médica que estabeleceu uma rede de contatos em busca de mais sucesso profissional. “Não trabalhamos sozinhos em lugar algum. O
networking é muito importante, pois ajuda no contato com algumas pessoas que podem abrir novas portas e puxar mais trabalho pra si”, explica o médico. Saraiva já participou de eventos de
coaching, porém, a busca para aumentar a rede começou com mais força há cerca de cinco anos.
Para ele, que trabalha no Pronto Atendimento de Charqueadas, as redes sociais são fundamentais para expandir os contatos e podem ajudar, até mesmo, na missão de salvar vidas. “Uso mais o
Linkedin e Whatsapp. Acho que são boas ferramentas de trabalho. Ocorreu uma situação em que um paciente chegou muito mal na emergência, no dia em que eu estava de plantão. Entrei em contato com uma médica, amiga desde a faculdade, explicando a situação cardíaca e ela fez o melhor tratamento possível. Naquele momento, se não fosse o aplicativo, talvez aquela criança não estivesse viva”, lembra Saraiva.