Simers constata falta de médicos em unidades de saúde na zona sul de Porto Alegre

Apenas um médico para atender a 10 mil pessoas. Esta é a realidade na Unidade Básica de Saúde (UBS) Belém Velho, na zona sul de Porto Alegre. Na UBS Rincão, na mesma região da cidade, a situação não é menos crítica: um único médico é responsável pelo atendimento de todos os 8 mil moradores cadastrados.

As UBS Belém Velho e Rincão foram visitadas na última terça-feira (21/5) pelo diretor do Simers Eduardo Dias, que constatou a carência de profissionais e outras deficiências nas unidades. Nos últimos dias, a entidade percorreu diversas unidades de saúde de Porto Alegre verificando problemas que resultam na precarização do atendimento prestado à população.

UBS Belém Velho: pouco espaço e sem suporte administrativo

A unidade de Belém Velho dispõe de duas equipes de saúde, mas apenas uma delas conta com médico. Na outra, a carência se arrasta desde dezembro de 2017, quando o profissional que atuava na unidade se aposentou. Com instalações acanhadas, a UBS não dispõe de espaço para o acolhimento dos pacientes (que precisa ser feito no repositório de medicamentos ou na sala de vacinas), nem sala de reuniões.

Também há carência de agentes de saúde. A unidade conta com apenas quatro. Além disso, como não há pessoal administrativo na unidade, os agentes precisam realizar as tarefas burocráticas, reduzindo seu tempo de visita aos pacientes.

UBS Rincão: falta de materiais fornecidos por empresas terceirizadas 

Na UBS Rincão a falta de médicos também se prolonga há pelo menos um ano. Para garantir o pleno atendimento da população do bairro, o ideal seria contar com 3 profissionais, com contrato de 40 horas. 

Segundo os profissionais da UBS Rincão, a unidade sofre frequentemente com a falta de materiais básicos com luvas e micropore. A justificativa da prefeitura para a carência são problemas na distribuição realizada por uma empresa terceirizada. 

Também terceirizado é o fornecedor de material de limpeza, constantemente em falta na UBS. “Para garantir a limpeza da unidade temos que adquirir, por conta própria, os produtos”, explica um dos servidores.

O Simers segue cobrando providências da gestão municipal e permanecerá visitando as unidades de saúde.