Pela segunda vez em apenas cinco dias, o Simers flagrou superlotação no Pronto Atendimento Bom Jesus, em Porto Alegre. Na noite da última quarta-feira (22/5), tanto a enfermaria de adultos quanto a pediátrica precisaram acomodar pacientes em macas pelos corredores da unidade.
O diretor do Simers Filipi Becker esteve na unidade e constatou as deficiências no atendimento. Por volta das 21h30min, a pediatria apresentava o quadro mais grave, com 9 crianças dividindo o espaço de cinco. Entre os adultos, havia 17 pacientes quando o número de leitos também é de cinco. A superlotação coloca em risco tanto pacientes como os médicos responsáveis pelo atendimento. “O quadro é caótico. É urgente que o Município tome uma atitude para reverter este quadro”, afirma o dirigente.
Faltam vagas nos hospitais
Sem pontos de oxigênio para atender a todos os pacientes, os médicos do PA Bom Jesus tentavam, em vão, transferir alguns casos para hospitais pediátricos. De acordo com os pediatras da unidade, as doenças respiratórias, ocasionadas pela aproximação do inverno, aumentam a demanda, uma situação comum no mês de maio. Porém, a Secretaria Municipal de Saúde parece não ter se preparado adequadamente para a situação. “Hospitais como o Presidente Vargas estão lotados e não temos para onde encaminhar os pacientes”, lamentou um dos médicos.
Atendimento longe de casa
O semblante cansado da vendedora Ana Luiza Carpeggiani resumia o dia de angustia em busca de atendimento médico para seu pai, de 84 anos. Moradora do bairro Rubem Berta, ela acionou o Samu por volta das 10 horas da manhã, quando o idoso teve uma crise convulsiva. Segunda ela, a UPA Zona Norte, a mais próxima de sua residência, também estava lotada e não pode recebê-lo.
A saída foi encaminhar o paciente ao PA Bom Jesus, distante mais de dez quilômetros de sua casa. “Passamos o dia em função de deslocamentos e do atendimento. E agora estamos aqui, aguardando no corredor”, lamentava.
Situação recorrente
A superlotação no PA Bom Jesus é um problema recorrente. No dia 17/5, o Simers já havia flagrado pacientes instalados nos corredores da unidade. Na ocasião, havia 20 pacientes na enfermaria clínica, 15 a mais do que a sua capacidade. Na pediatria, havia sete crianças para cinco vagas.
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