Arterite Temporal: médico tem papel resolutivo para impedir cegueira
A Luta

Arterite Temporal: médico tem papel resolutivo para impedir cegueira

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29/05/2017 12:30

Era dezembro de 2015 quando dona Gladis Matthes começou a sentir uma forte dor de cabeça acompanhada de febre intermitente com picos de até 38 de temperatura, muito cansaço e dor de garganta. “Eu lembro como se fosse hoje. Nunca tinha sentido uma dor de cabeça tão forte como aquela”, conta Gladis. Sem saber o que fazer, sua filha Eliane ligou para o sobrinho, médico cardiologista Edmilson Fiel, que se deslocou para a casa da avó e de pronto percebeu que se tratava de uma doença pouco conhecida pelos brasileiros: Arterite Temporal, denominada também como Arterite de Células Gigante (ACG). “A rápida e assertiva conduta médica naquele momento foi fundamental para que a mãe tivesse seu quadro revertido. Duas horas depois ela não apresentava mais sintomas”, disse Eliane. Arterite Temporal trata-se de uma doença autoimune, crônica, onde o organismo por um desequilíbrio leva a manifestações da doença.  Segundo a médica reumatologista Carla Saldanha, nessa enfermidade há inflamação de artérias, também conhecida como vasculite, de médios e grandes vasos. “Tradicionalmente e mais comumente há a inflamação da artéria temporal, localizada sob as têmporas, que é uma artéria/vaso de médio calibre. Pode ocorrer de forma associada a polimialgia reumática, outra doença autoimune mais comum em pessoas acima de 50 anos que provoca rigidez/endurecimento dos ombros e quadris principalmente após algum período de repouso”, destaca Carla. Não há uma compreensão completa do porquê acontece o desiquilíbrio do sistema imunológico, mas sabe-se que a incidência de novos casos é de 10 a 17 pessoas a cada 100 mil habitantes no Brasil, predominantemente mulheres acima dos 50 anos (três vezes mais do que em homem).  “Acredita-se que alguns fatores genéticos, o envelhecimento e alguns fatores ambientais (como infecções) podem somar-se e contribuir para o início dos sintomas. Em relação as infecções elas podem preceder o quadro e servirem como gatilho para o início da doença. Por ser uma doença que ocorre em pessoas acima de 50 anos, predominantemente, é importante avaliar e excluir a presença de neoplasias associadas que também são mais comuns nessa faixa etária. “ A médica lembra de uma paciente que atendeu recentemente em que relatava sentir cansaço, dor de cabeça localizada na região temporal - em um lado apenas – e dor na mandíbula durante mastigação. “A dor de cabeça, com as características que essa minha paciente tinha, ocorre em 2/3 dos pacientes com essa condição. A claudicação da mandíbula, que seria a dor nessa região durante a mastigação é referida por 1/3 das pessoas. Outra manifestação é perda visual transitória e alguns pacientes tem perda visual permanente em um olho, raramente ocorre nos dois olhos. ” Após confirmado o diagnóstico e iniciado o tratamento com remédios, a senhora de 64 anos teve uma melhora incrível e passa bem.
Lisiani Mottini (31)
Dona Glades Matthes , hoje com 80 anos, abraçada com uma de suas filhas, Eliane Fiel, arquiteta.
Tags: cegueira Arterite de Células Gigante Arterite Temporal

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