Cachoeirinha: SIMERS denuncia precariedade no Pronto Atendimento Vila Anair

A dificuldade na remoção de pacientes, que muitas vezes ficam mais de quinze dias em observação, é uma das principais reclamações dos médicos que atuam no Pronto Atendimento (PA) Vila Anair, em Cachoeirinha. Durante reunião realizada na noite de quarta-feira (19), no Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (SIMERS), os profissionais destacaram que o problema ocorre pela falta de hospitais que sirvam como referência para a unidade. Atualmente, o único que cumpre esse papel é o Hospital Padre Jeremias. Também localizado no município, porém, convive com uma demanda maior do que a sua capacidade.  Na rotina, isso significa um obstáculo para conseguir leitos - o que agrava o quadro de quem aguarda para receber o tratamento adequado. Para o diretor do SIMERS André Gonzales, essa realidade coloca em risco as quase 300 pessoas atendidas diariamente no pronto atendimento e expõe a equipe que atua no local - sobretudo os médicos, que estão na linha de frente.  “É urgente que se busque outro hospital para servir de referência à unidade. Estamos falando de vidas, que só não estão em situação pior por conta da competência dos profissionais, que fazem muito com tão pouco”, completa.

Mais problemas

Mas a dificuldade na remoção de pacientes está longe de ser o único problema do PA Vila Anair. Os médicos denunciam ainda a falta de insumos básicos (como equipo, e outros equipamentos utilizados para acesso venoso e endovenoso) e de medicamentos. A estrutura física também é precária, com paredes mofadas, vidro quebrados e consultórios em que mal é possível fechar a porta. Além disso, a promessa da contratação de médicos se estende há meses, sem que qualquer medida efetiva seja tomada. Enquanto isso, a insuficiência de profissionais não permite que a escala fique completa, especialmente na área da pediatria.

SIMERS aciona autoridades

Diante da falta de ação da gestão municipal para resolver o quadro, o Sindicato Médico vai novamente se reunir com o secretário de saúde Paulo Eduardo da Silva Abrão no dia 27, às 14h30. O objetivo é cobrar providências para resolver esse grave caso de desassistência. Além disso, Gonzales destaca que o Sindicato vai solicitar fiscalizações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Conselho Regional de Medicina (Cremers) e que não descarta acionar o Ministério Público Estadual (MPE).