Cachoeirinha: Servidores começam greve de fome nesta segunda
Cinco servidores da prefeitura de Cachoeirinha começam greve de fome por tempo indeterminado, nesta segunda-feira (27), em frente à prefeitura municipal, para alertar a população sobre os prejuízos causados pelo pacote de medidas do prefeito e ex-deputado estadual Miki Breier...
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26/03/2017 12:00
Cinco servidores da prefeitura de Cachoeirinha começam greve de fome por tempo indeterminado, nesta segunda-feira (27), em frente à prefeitura municipal, para alertar a população sobre os prejuízos causados pelo pacote de medidas do prefeito e ex-deputado estadual Miki Breier (PSB). O pacote inclui a perda de direitos, considerado um duro golpe contra as categorias responsáveis por manter os serviços públicos. A atitude reforça a mobilização da categoria que está em greve há mais de 20 dias e quer a retirada das medidas.
Os municipários intensificam também, a partir desta segunda-feira, a coleta de apoios a um abaixo-assinado pela redução dos vencimentos de prefeito, vice-prefeito, secretários e vereadores. Breier recebe R$ 27.115,02, quase R$ 8 mil a mais que o prefeito de Porto Alegre e quase R$ 2 mil acima do salário do governador José Ivo Sartori (veja os dados no final). O movimento, apoiado pelo Sindicato Médico do RS (SIMERS), cobra que os sacrifícios sejam compartilhados.
"O prefeito entrou em janeiro, não estabeleceu diálogo algum, mandou os 11 projetos para a Câmara, impedindo a discussão e cortando direitos sob alegação de dificuldades financeiras. Então, que eles todos também deem a sua cota de contribuição. Não é justo que só um lado, o mais frágil, seja punido", advertiu o diretor do SIMERS André Gonzales, referindo-se ao corte dos salários do prefeito, secretários e vereadores. "Estes últimos aprovaram as medidas, precisam também dar exemplo."
Em plenária no Centro Municipal de Atendimento Educacional Especializado Lampadinha (CMAEEL), os municipários votaram pela manutenção da greve.
A mobilização envolve 3,5 mil servidores, organizados pelo Sindicato dos Municipários de Cachoeirinha (Simca). Após 20 dias de paralisação, a adesão ao movimento cresce, incluindo todas as áreas da administração municipal, desde médicos, professores e técnicos, entre outras.
“É um absurdo o jeito como o governo está tratando da questão, de forma imposta e inflexível. Estamos aqui para apoiar e trabalhar em favor de cada um de vocês, que precisam lutar para que os direitos conquistados em tanto tempo de trabalho sejam respeitados”, reforçou Gonzales, aos servidores que lotaram a plenária.
No final da tarde de sexta, o movimento se reuniu com a administração municipal. Na ocasião, o presidente do Simca, Guilherme Runge, condicionou o fim de greve à revogação do pacote por Breier. O secretário de Governança e Gestão, Juliano da Paz Carvalho, descartou a retirada das medidas e ainda comunicou que o ponto dos servidores será cortado.
“As ameaças não servem para nada, pois precisamos avançar no impasse, abrir o diálogo com os servidores, para que a população não continue sendo prejudicada”, reagiu o diretor do SIMERS. No final da reunião, Carvalho se comprometeu a repassar os números das finanças do município na próxima terça-feira (28/03), atendendo à reivindicação do movimento e formalizada pelo Simca em 22 de fevereiro deste ano.
O pacote de Miki Breier:
Imposto pelo prefeito Miki Breier, o pacote fere diretamente os direitos dos trabalhadores, pois impõe a alteração de legislações anteriores, determinando o corte de todas as horas extras; a regularização do Regime de Plantão; corte do auxílio alimentação para funcionários que recebem acima de R$ 5 mil, redução nos adicionais de progressão do servidor, supressão de outros direitos e alterações que não permitem que o servidor tenha assegurada a remuneração que previa no final de sua carreira, entre outras medidas. A justificativa é de que o Município precisa ajustar as contas públicas.
Abaixo-assinado:
O documento é destinado a moradores de Cachoeirinha e pede a redução dos salários do prefeito, vice, secretários municipais e vereadores. Segundo os servidores, os salários pagos são os mais elevados do Estado. Para comprovar, destacam que o prefeito municipal recebe R$ 27.115,02, sendo que o salário do vice totaliza R$ 20.336,27. Vale lembrar que o governador do Rio Grande do Sul ganha R$ 25.322,25, sendo que o salário do prefeito de Porto Alegre é de R$ 19.477,40.
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