O presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Marcelo Matias, apresentou uma denúncia formal à Corregedoria da Câmara Municipal contra o vereador Gilvani Dall Oglio, conhecido como "O Gringo" (Republicanos), por condutas consideradas abusivas e incompatíveis com o decoro parlamentar. A representação foi recebida pela Corregedoria, que reconheceu a legitimidade do Simers para apresentar a denúncia e identificou indícios de infrações éticas.
Segundo o documento, o vereador teria realizado visitas às Unidades de Pronto Atendimento Moacyr Scliar e Bom Jesus, nos dias 3 de janeiro e 3 de fevereiro de 2025, sob pretexto de fiscalizar os atendimentos. No entanto, de acordo com o Simers, a real intenção seria angariar capital político por meio da exposição dos profissionais de saúde, sem qualquer diálogo institucional com as equipes ou a direção das unidades.
A denúncia ainda aponta que vídeos foram gravados sem autorização dentro das dependências das UPAs e posteriormente divulgados nas redes sociais do vereador, o que gerou ataques virtuais aos profissionais e comprometimento da imagem dos serviços de saúde pública. Para o Simers, tais atitudes configuram "linchamento virtual" e atentam contra a dignidade dos trabalhadores da saúde.
Além disso, Matias destaca o tom ofensivo utilizado por Gilvani ao se referir aos servidores públicos, o que, segundo a entidade, representa um ataque às instituições democráticas e um uso desmedido das prerrogativas parlamentares.
Em análise preliminar, a Corregedoria concluiu haver elementos suficientes que indicam a prática de atos contrários à ética parlamentar, conforme prevê o Código de Ética da Câmara Municipal. O corregedor Hamilton Sossmeier recomendou o envio do caso à Comissão de Ética para apuração e possível aplicação de sanções.
O Simers reafirma, com a iniciativa, seu compromisso com a defesa da dignidade e do respeito aos médicos e demais profissionais da saúde, especialmente em um momento de desafios estruturais e sobrecarga dos serviços públicos. O sindicato considera inaceitável o uso político de situações delicadas no ambiente hospitalar e exige responsabilização por atos que comprometam o exercício ético e seguro da medicina.
*Foto: Ederson Nunes/CMPA
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