Câncer de Mama: Porto Alegre tem 147 casos para cada 100 mil habitantes

O câncer de mama é o tipo de tumor mais comum entre as mulheres, respondendo por 22% dos novos casos de câncer no País a cada ano, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Só no Rio Grande do Sul, 5.210 novos casos da doença serão registrados até o fim deste ano, de acordo com estimativas do instituto. Porto Alegre é a capital brasileira com maior incidência do problema, com 147 pessoas atingidas a cada 100 mil. A doença tem cura, desde que detectada precocemente. Conforme revela a Presidente da Sociedade de Mastologia do Rio Grande do Sul, Maria Angela Alexandretti, para o médico mastologista, a identificação do diagnóstico positivo é sempre o momento mais complicado. “Elas choram, demonstram desespero e não sabem como lidar com aquela notícia. Cabe a nós fazer o manejo emocional, acolher e dar todo o suporte. É o momento de mostrar que, apesar de tudo, a medicina evoluiu muito e oferece tratamentos cada vez mais eficazes", explica a médica. Para Maria Angela, cabe aos médicos mostrar que o câncer de mama não é uma sentença de morte. "Vejo pacientes muito jovens com câncer de mama. Muitas vezes ainda não tiveram filhos ou com filhos pequenos. Acompanho mulheres com a vida toda pela frente. Outras que são idosas e já passaram por tantas dificuldades na vida. Tudo isso toca muito. Como mulher, e também por ter passado recentemente pelo câncer de mama, eu me identifico com a dor delas. Mostro a elas que podemos superar, e eu sou um exemplo disso.Mas precisamos estar preparados para dar o nosso melhor e ajudar cada uma delas a superar o câncer de mama. Não por acaso se fala tanto na importância do diagnóstico precoce”, destaca Maria Angela. Como está a fila de espera do SUS? Atualmente, a Prefeitura de Porto Alegre oferece 1.968 solicitações de mamografias pelo SUS. A fila de espera é de 4.605 pessoas. A solicitação mais antiga foi realizada no dia 14 de agosto. Mas a ordem de atendimento não é necessariamente a de chegada. A preferência costuma ser dada a pacientes que demandam o exame com mais urgência – conforme diagnóstico prévio, que precisa ser feito por um médico. A importância do exame precoce O exame precoce ajuda na identificação da doença que, se descoberta previamente, tem 95% de chance de cura. O SUS preconiza que a mamografia seja feita a partir dos 50 anos até os 69 anos, de dois em dois anos. Já a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), a Sociedade Brasileira de Radiologia e a Febrasgo recomendam que o exame inicie a partir dos 40 anos e seja feito anualmente. “Segundo a pesquisa da SBM, dentro da faixa etária preconizada pelo SUS como ideal para a realização da mamografia, os números ainda são baixos. No Rio Grande do Sul, apenas 27% das mulheres nessa faixa etária fizeram o exame,” ressalta Maria Angela. Novas tecnologias para o diagnóstico Os testes genéticos, que procuram essas mutações, só são feitos quando a paciente preenche 20% dos quesitos de risco. Dessas, apenas 25% têm resultado positivo no teste, que são os casos tratados como câncer de fato. Causas do câncer de mama Entre os motivos que podem aumentar a probabilidade da doença estão obesidade, tabagismo, uso abusivo de álcool e histórico familiar. O câncer de mama ocorre por causa do desenvolvimento anormal de células, que se multiplicam repetidamente até formar um tumor maligno. Mamógrafos espalhados pelo Estado Hoje, são 330 mamógrafos cadastrados no Rio Grande do Sul para atender 497 cidades. Os aparelhos estão concentrados nos grandes centros urbanos. Mamamóvel Um caminhão com equipamentos adequados, denominado Mamamóvel, circulou pelos municípios gaúchos de 2007 a 2015. Durante esse tempo, 12 mil pessoas tiveram acesso ao exame de mamografia de forma gratuita, graças a uma parceria entre o Imama, o Governo do Estado e o SENAR. Atualmente, o veículo está parado devido a problemas na máquina que realiza o exame. Uma nova parceria está quase concluída. Com previsão para ganhar as ruas no mês de novembro, agora um ônibus, com mais conforto vai atender as comunidades mais distantes, possibilitando que todas as mulheres realizem a mamografia.