Mais uma troca de gestão na área de saúde acende o alerta para o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (SIMERS). Desta vez, o sinal vermelho aponta para Canoas, na Região Metropolitana, onde uma nova responsável deve assumir a operacionalização e execução dos serviços de saúde do Hospital Universitário (HU). “Estamos preocupados com essa transição e com a falta de informações sobre o processo. Por isso, encaminhamos ofício ao Ministério Público estadual, por meio da Promotoria de Justiça de Canoas, uma vez que já foram identificadas irregularidades em outros estados em que a empresa tanto prestou como onde ainda presta serviços”, explica o vice-presidente do Simers, Fernando Uberti.
No documento, o Sindicato Médico solicita ao MPRS que verifique a contratualização que está sendo firmada entre Canoas e a Associação Saúde em Movimento (ASM), cuja proposta foi a vencedora do edital publicado pelo município no ano passado. “O Simers acredita que é fundamental uma apuração com todo o rigor, para evitar os riscos aos usuários do Sistema Único de Saúde. Isso porque, até o momento, não foi apresentada qualquer indicação de manutenção do quantitativo mínimo de insumos e de pessoal, incluindo o número de médicos, para continuidade ao serviço que é gerido pela própria prefeitura desde maio de 2022”, afirma Uberti.
Com sede na Bahia, a AMS tem em seu histórico uma decisão do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) que, em maio de 2021, aprovou o bloqueio do pagamento da Secretaria de Saúde para a empresa, após identificar inconformidades na execução do contrato para a gestão do Hospital de Campanha da Polícia Militar do DF (PMDF). Já em 2023, um novo bloqueio de contas aconteceu no Tocantins, motivado pelo atraso no pagamento dos profissionais que atuam nas Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) de cinco hospitais estaduais.
“Ao longo dos anos, Canoas vem apresentado um serviço de saúde frágil e que vem penalizando a população usuária dos serviços nos três hospitais e, até mesmo, nas Unidades de Pronto Atendimento. Não podemos deixar que novos fatos sejam somados a um cenário que já é de precarização e desrespeito aos médicos”, destaca o vice-presidente do Simers.
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