Carnaval sem zika: entrada de doenças, microcefalia e Guillain-Barré são riscos reais
A Medicina

Carnaval sem zika: entrada de doenças, microcefalia e Guillain-Barré são riscos reais

Para muitas pessoas, o período de Carnaval é para viajar e curtir. Neste ano, porém, além de todas as recomendações de saúde comuns à época, como usar camisinhas, se manter hidratado e optar por refeições leves, o vírus zika traz...

Compartilhe

29/01/2016 15:36

Grito-de-Carnaval-Salvador-AdenilsonNunes-GOVBAPara muitas pessoas, o período de Carnaval é para viajar e curtir. Neste ano, porém, além de todas as recomendações de saúde comuns à época, como usar camisinhas, se manter hidratado e optar por refeições leves, o vírus zika traz um novo sinal de alerta. Destino tradicional de foliões, o Nordeste é a região brasileira que registra mais casos da doença, bem como das patologias relacionadas ao seu contágio: a microcefalia e a Síndrome de Guillain-Barré. Mas as demais regiões também têm registros. Até o momento, 22 unidades da federação estão com circulação autóctone (contraída no local) do vírus zika: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Paraná.

Zika pelo mundo

Mesmo quem pensa em viajar para o Exterior deve tomar cuidados. Diversos países pelo globo já registraram o zika. Nas Américas, são 23 nações com casos, sendo que a mais afetada é o Brasil. As outras são: Barbados, Bolívia, Colômbia, Equador, El Salvador, Guadalupe, Guatemala, Guiana, Guiana Francesa, Haiti, Honduras, Ilhas Virgens, Martinica, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Porto Rico, República Dominicana, San Martin, Suriname e Venezuela. A Organização Mundial da Saúde teme "uma potencial disseminação internacional", já que a população do continente não tem imunidade ao zika. Segundo o órgão, o fenômeno El Niño deve colaborar para a alta proliferação de mosquitos neste ano. Ainda de acordo com a OMS, apenas Canadá e Chile devem ficar livres de casos autóctones, devido a suas barreiras geográficas que impedem a entrada do mosquito vetor.

Porta de entrada

Aplicação de inseticida em bairro de Porto Alegre
Aplicação de inseticida em bairro de Porto Alegre
A recomendação geral é evitar viagens a locais com infestação de zika, mas isso nem sempre é possível. Embora tenha se falado muito na microcefalia, as grávidas e mulheres em idade fértil não são as únicas que devem se preocupar com a doença. Evitar locais de proliferação de mosquitos, optar por roupas longas e usar sempre repelente são cuidados que todos devem ter ao viajar para não trazer as doenças relacionadas ao Aedes aegypti ao Rio Grande do Sul. O Estado ainda não registra casos de zika e chikungunya, mas já foram confirmados 16 de dengue, justamente em pacientes que estiveram viajando. Após esses registros, já surgiram dois casos autóctones, contraídos aqui, através da picada do mosquito. Nossos corpos é que são a porta de entrada para essas doenças.

Risco de morte

Além do risco de trazer os vírus para o RS, ainda existe o perigo de desenvolver a síndrome de Guillain-Barré. A doença, que é rara, teve aumento considerável de casos no Nordeste desde o início da epidemia de zika. Ela é uma reação a agentes infecciosos, como o vírus, e tem como sintomas fraqueza muscular e paralisia dos músculos. Eles começam pelas pernas e podem irradiar para tronco, braços e face. Em casos mais severos, atinge os músculos respiratórios e cardíaco, causando a morte do paciente. Segundo o Ministério da Saúde, o quadro é reversível e o Sistema Único de Saúde dispõe de tratamento, entre procedimentos, reabilitação e medicamentos. A pasta, entretanto, não tem dados oficiais do número de casos da síndrome desde a chegada do vírus zika ao Brasil, nem de pacientes acometidos pelo mal. Não se descarta ainda que o zika possa ser responsável por outras manifestações neurológicas com causas infeciosas, como encefalites, meningoencefalite e mielite. Por isso, o governo incluiu o vírus no protocolo da Vigilância em Saúde. Segundo nota divulgada pelo ministério, “a febre do zika é pouco conhecida e, por se tratar de uma doença emergente no Brasil, justifica-se a implantação de uma vigilância de manifestações neurológicas associadas à infecção viral não especificada, anterior ao quadro neurológico, para conhecer e confirmar a relação entre a manifestação neurológica e o vírus”.
Tags: Aedes aegypti Organização Mundial da Saúde - OMS dengue #RScontraAedes Febre chikungunya Guillain-Barré Microcefalia Carnaval Zika vírus

Aviso de Privacidade

O Simers utiliza cookies e tecnologias semelhantes, como explicado em nossa Política de Privacidade, para melhorar a experiência de usuário. Ao navegar por nosso conteúdo, o usuário aceita tais condições.

Ver Política