CBMEDE discute as dificuldades do trabalho médico em emergência
Entre os dias 20 e 23 de setembro, Porto Alegre recebeu o V Congresso Brasileiro de Medicina de Emergência Adulto e Pediátrica (CBMEDE), com profissionais da área que atuam em diferentes países. Na sexta-feira (23), aconteceu a mesa multidisciplinar “Trabalhando...
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27/09/2016 19:47
Entre os dias 20 e 23 de setembro, Porto Alegre recebeu o V Congresso Brasileiro de Medicina de Emergência Adulto e Pediátrica (CBMEDE), com profissionais da área que atuam em diferentes países. Na sexta-feira (23), aconteceu a mesa multidisciplinar “Trabalhando no Departamento de Emergência: a arte de gerir o caos”.
Com início às 10h30, o evento contou com a presença da médica emergencista Maria Rita de Assis Brasil, vice-presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (SIMERS). Além dela, participaram Peter Viccellio, professor da Stony Brook University (EUA), Gerson Alves Pereira Junior, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP), além de John Foggle, professor associado da Faculdade de Medicina da Brown.
A mesa iniciou com a fala de Viccellio. Para ele, médicos e enfermeiros estão sobrecarregados e precisam atender em um ambiente que aumenta os riscos de erro. O desafio, então, é equilibrar o número de atendimentos ao longo da semana e manter o controle das consultas eletivas, que podem ser previstas.
Na sequência, Maria Rita palestrou sobre o conceito de vaga zero, necessário quando a realidade são emergências lotadas. É aí que entra a figura do médico regulador, que define para onde devem ser encaminhados os pacientes, mesmo que não existam leitos disponíveis. A própria necessidade de recorrer ao conceito, no entanto, já mostra que existe algo errado: a superlotação e a consequente violação dos direitos humanos daqueles que estão sendo atendidos.
Em seguida, Pereira trouxe para o debate a experiência das chamadas redes de atenção à saúde e falou da necessidade de investir em gestão clínica de qualidade e capacitação de lideranças, sobretudo com profissionais da área.
Por fim, Foggle destacou a importância da atuação em equipe e da comunicação para quem atua em emergência. Ele enfatizou ainda que faz toda a diferença estar sempre disposto a conversar com o paciente de forma didática e pessoalizada.
Para Maria Rita, a mesa trouxe diferentes visões sobre os desafios encontrados tanto por quem lida com a gestão de uma emergência quanto por aqueles que trabalham nela como profissionais da saúde. “Sobretudo, trouxe a realidade de como a gente vive com essa superlotação, com esse represamento grande de pacientes”, completa.
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