O diretor do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Júlio Venzo, liderou comitiva da entidade médica que realizou visitas técnicas no Pronto Atendimento da Bom Jesus de Porto Alegre e em diversas unidades básicas de saúde da região, na última sexta-feira, 27. Ele constatou superlotação da emergência no PA e registro de situações de insegurança, bem como falta de mais médicos. Recebeu como retorno dos profissionais que lá atuam que há falta de paciência dos enfermos na espera para serem chamados ao atendimento, bem como ações de servidores da segurança pública que desconhecem o fluxo de trabalho médico, principalmente em momentos de excessivo movimento quando é definida a restrição de encaminhamentos.
O Pronto Atendimento, também conhecido como a UPA da região, oferece seis leitos de internação para 24h e o quadro era de 20 pacientes internados em macas pelos corredores, que chegam a ficar quatro dias à espera de atendimento para alta ou transferência para hospitais.
Na Unidade de Saúde Bom Jesus, que fica ao lado da UPA, dois médicos são destinados para os casos de Covid-19. Outros dois recebem os demais problemas clínicos e outros dois estão de férias. Ali, as situações de insegurança também ocorrem com pacientes transtornados e que ameaçam os médicos. Conforme o diretor Júlio Venzo, os agentes de segurança no local precisam garantir a normalidade no ambiente de espera para que os profissionais de saúde possam trabalhar sem ameaças. Nesta unidade, há três pediatras, atendimento odontológico e carência de psiquiatra e psicólogo para saúde mental.
A unidade de Saúde Aparício Borges, ainda administrada pelo município de Porto Alegre, atua com três médicos, sendo que o pediatra Marco Reichelt está há 22 anos no local. Ele reclama da falta de segurança em diversos momentos e acha oportuno que o porteiro tenha também a função de agente de segurança para inibir furtos e roubos no local que não tem espaço coberto para espera de atendimento em dias de chuva.
Não há atendimento odontológico e a saúde mental é uma necessidade individual e familiar. Segundo ele, é uma demanda reprimida e importante, assim como traumatologia e área da dermatologia que só são resolvidas quando há o encaminhamento à SAMU.
Em outro local, na Unidade de Saúde Estrada dos Alpes, no alto do morro e com vista panorâmica da capital, a responsabilidade é do médico Luis Henrique Hauschild. Ele conta que o local é pequeno e que há boa relação com a comunidade. Casos de covid são atendidos e há carências na área de ginecologia e pediatria. Casos mais graves, ele aciona a SAMU para o devido encaminhamento. Há recurso de oxigênio para as doenças respiratórias. As consultas odontológicas são oferecidas mediante agendamento.
E na Unidade de Saúde Jardim Cascata, o diretor Júlio Venzo observou a simplicidade do local acompanhada de boa organização com duas equipes que atendem por agendamento no aplicativo ou ainda por demanda espontânea da comunidade que tem como regra o respeito e apreço aos profissionais de saúde.
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