Crise no IPE-Saúde: Simers retoma assembleia com médicos credenciados

A quebra da promessa do Governo do Estado em apresentar, nesta sexta-feira, 31, proposta de reestruturação do Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos do RS (IPE-Saúde) às entidades médicas gaúchas, fez com que o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) reabrisse a Assembleia Geral Extraordinária (AGE), iniciada do dia 2 de março, e que tinha como objetivo um posicionamento da categoria diante da crise da autarquia.  A AGE será retomada nesta próxima segunda-feira, 3, às 19h30, no formato híbrido e aberto a todos os médicos credenciados. A reunião presencial será no Auditório Carlos Sá da entidade médica e on-line, pela inscrição no link que será disponibilizado no site do Simers uma hora antes do início da reunião.

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“O fato de não ter uma resposta do Governo do Estado, dentro do prazo por eles estipulados, já é uma resposta. Estamos buscando uma solução para a defasagem da tabela de honorários que há onze anos não é reajustada. Se não houver uma solução, e rápida, certamente haverá a precarização do atendimento o que impactará toda a população”, adverte o presidente do Simers, Marcos Rovinski.

Nos últimos dias, lembra Rovinski, têm acontecido muitos descredenciamentos ou pedidos de licenças de médicos e a tendência é que isso aumente a partir de agora. “Mobilizamos nossos diretores regionais e delegados que se reuniram com médicos em suas cidades. Nas 15 reuniões realizadas, até o momento, a categoria, em sua maioria, optou pelo descredenciamento. Agora, queremos ouvir o conjunto dos médicos para definir os próximos passos, diante da falta de resposta do Governo até agora” observa. Nesta semana deverá ter outras assembleias no interior. 

O presidente do Sindicato diz ter recebido do Chefe da Casa Civil do Governo, Artur Lemos, a sinalização quanto a possibilidade de uma nova reunião com as entidades para a segunda semana de abril. “Os médicos e a população gaúcha têm pressa”, é enfático Rovinski.

Além dos valores congelados pelo órgão estadual, a dívida do IPE Saúde, que atende cerca de 1 milhão de gaúchos e tem por volta de 7 mil profissionais credenciados, é de R$ 250 milhões, especialmente no pagamento de internações e procedimentos ambulatoriais. 

Entre os profissionais que já saíram do IPE-Saúde estão médicos anestesistas e cirurgiões cardíacos, estes últimos por meio da criação de uma cooperativa. Mais recentemente entraram em processo de descredenciamento os médicos hemodinamicistas. Cirurgiões vasculares também estão fazendo reuniões e avaliando a possibilidade de uma ação semelhante, bem como os ortopedistas.