O descaso do governo federal está prolongando a greve dos médicos peritos do INSS, que completou quatro meses nessa terça-feira em todo o país. No Rio Grande do Sul, menos de 30% das perícias foram realizadas durante esse período e cerca de 70% da categoria está paralisada. No Brasil, mais de 2 milhões de perícias deixaram de ser feitas. Enquanto ignora os médicos peritos, o governo já atendeu pedidos de outras categoria do serviço público, reforçando a indiferença governamental com o setor da carreira.
"Mesmo assim, o governo não se preocupa com a população e insiste em não atender as reivindicações dos peritos, que envolvem desde melhores condições de trabalho a mais segurança", ressalta a representante da Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP) e diretora do Sindicato Médico do RS (SIMERS), Clarissa Bassin. "Além disso, o gestor federal se recusa a receber a categoria para tratar do assunto oficialmente. "Clarissa ressalta que movimento está forte em todo o território nacional e os peritos não têm previsão de terminar a greve.Foram 24 pedidos de audiência feitos pela ANMP, todos ignorados pelo governo. No final de dezembro de 2015, o representante da Diretoria de Saúde do Trabalhador (DIRSAT) do INSS, Sérgio Carneiro, disse ainda que aposta no pedido de demissão dos profissionais. Porém, mesmo com todos os cortes salariais e o descaso, não esmorece a união dos servidores em busca de seus objetivos.
A dirigente médica classifica a situação como "um ato contra o médico perito". “É uma espécie de ideologia. Simplesmente nos ignoram. Fecham os olhos para as nossas reivindicações, que não priorizam reajuste salarial”, lembrou Clarissa. A greve dos médicos peritos iniciou em agosto do ano passado, após uma assembleia realizada em Brasília, depois de serem esgotadas as tentativas de negociação com o governo federal.
O INSS tem aproximadamente 4.456 médicos peritos. De 2011 a 2015, quase a metade (mais de 2 mil) pediu demissão do cargo de servidor público. A União repôs apenas 500 vagas. Há quase 2 mil cargos ociosos, que gera transtornos e dificuldades de atender a demanda. Além de mais segurança e melhores condições de trabalho, a categoria reivindica fim das terceirizações na área, readequação da carreira e o reajuste de 27% (para perdas salariais).
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