A rediscussão do Sistema Único de Saúde (SUS) e alternativas para que tenhamos um sistema de saúde sustentável foram os principais temas debatidos no painel “Saúde, Poder Judiciário e Estado”, realizado na quinta-feira (25) no Salão de Atos da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI) em Santiago. Promovido pelo DCE da universidade, o encontro reuniu o Diretor de Interior do Simers, Fernando Uberti Machado; o prefeito de Santa Maria, Jorge Pozzobom; o advogado Ricardo Jobim e o presidente do Centro RS Saúde e diretor do Laboratório Oswaldo Cruz, Rafael Silveira, com mediação do presidente do Núcleo Jovem da Cacism, Lucio Antunes.
Com a participação de cerca de 400 pessoas, entre lideranças políticas, gestores e estudantes da universidade e da região, o evento teve abertura do prefeito de Santiago, Tiago Görski, que destacou que o município foi reconhecido como um dos que mais reduziu os índices de judicialização na saúde.
Em suas manifestações, os debatedores concordaram que é preciso um grande movimento de rediscussão do formato do SUS, além de descentralizar os recursos federais, destinando mais recursos aos municípios. O diretor do Simers, Fernando Uberti, ressaltou que a sustentabilidade econômica é fundamental. “Não adianta injetar mais dinheiro se os pilares do sistema são insustentáveis”, disse. Uberti acrescentou que o país não deve ficar “preso a uma sigla” e que o foco do debate deve ser um sistema de saúde que funcione na ponta, e que seja sustentável economicamente. “Precisamos quebrar o tabu e fazer uma reflexão de como esse sistema pode ser bom na prática, e não somente na letra da lei. Isso tem como pressuposto não julgar o sistema de saúde por suas intenções, mas sim por seus resultados efetivos”, salientou.
Jorge Pozzobom informou que na sua gestão conseguiu reduzir em quase 74% a judicialização na área da saúde mental e que é preciso parar de jogar aos municípios toda a responsabilidade sobre os problemas no setor. Rafael Silveira destacou que a tabela do SUS não é reajustada há vários anos e que o valor dos procedimentos está muito defasado – citou o caso de um hemograma, pelo qual é pago apenas R$ 4,11 na tabela do sistema. Ricardo Jobim disse que no atual cenário da saúde médicos, enfermeiros e outros profissionais são verdadeiros heróis. “É fácil criticar ou defender a saúde pública. Difícil é atuar na saúde pública”, declarou.
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