O Estatuto do Idoso assegura atendimento preferencial no SUS, direito ao transporte público gratuito e 50% de desconto em atividades de cultura, esporte e lazer. Tudo para garantir mais qualidade de vida e longevidade. Mas e quando os problemas acontecem...
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18/10/2016 14:51
O Estatuto do Idoso assegura atendimento preferencial no SUS, direito ao transporte público gratuito e 50% de desconto em atividades de cultura, esporte e lazer. Tudo para garantir mais qualidade de vida e longevidade. Mas e quando os problemas acontecem mais perto, dentro de casa?
Foi pensando nisso que a equipe de projetos de responsabilidade social do SIMERS desenvolveu a peça Estorvo. Apresentada pela primeira vez na tarde de terça-feira (11), em evento realizado na sede da Associação Brasileira em Defesa dos Usuários de Sistemas de Saúde (ABRASUS), ela desperta importantes reflexões.
De acordo com o Mapa da Violência contra Idosos de 2013, de cada dez agressões a eles, seis são praticadas pelos próprios filhos. A denúncia, porém, nem sempre é uma realidade. A crença na mudança e o medo de prejudicar alguém que ama estão entre os motivos para que o abuso não seja relatado a outras pessoas e, principalmente, fique fora da esfera jurídica.
Embaixadores da vida em ação
Para dar visibilidade ao assunto, o grupo do SIMERS, chamado de Embaixadores da Vida, produziu a esquete que mostra uma realidade dolorosa, porém comum. Uma senhora que vive com sua filha e com a neta sofre com agressões frequentes, especialmente verbais. Até mesmo o dinheiro da aposentadoria da idosa é usado sem a sua permissão.
Na plateia, os idosos ouviam atentamente as falas e arregalavam os olhos a cada novo xingamento usado. Estorvo, o nome da apresentação, era apenas um deles. Mesmo sendo ficção, cada palavra era sentida e despertava revolta.
Na sequência, teve início um bate-papo que contou com a presença de Fábio Zanatta, advogado e gestor de saúde pública, Roberta Grudtner, psiquiatra, e Vitor Hugo, médico aposentado. A cada fala, o público trazia novas dúvidas e relatos de vivências.
Zanatta ressaltou que a esquete retrata a realidade. “A gente chega até a achar engraçada a atuação, mas ela traz exatamente o que chega até o poder público”, salientou. Para ele, falar sobre o assunto é especialmente importante em uma cidade como Porto Alegre, que conta com 240 mil idosos.
Já Roberta destacou a importância de que o idoso tenha atividades sociais em que ele possa encontrar seus pares. “Ao ficar em casa isolada, cada vez mais a pessoa vai se sentir sem esperança, inútil e sem a possibilidade de ser ouvida”, destacou.
Para finalizar, Hugo lembrou a importância da autoestima, nem sempre fácil de manter em uma sociedade que privilegia e deseja a juventude. A dica do médico é tirar um tempo para se olhar no espelho e dizer coisas positivas sobre si mesmo. Marly Teresinha Zucatti Buttner, membro da diretoria da ABRASUS, disse que já adota a prática e recomenda.
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