De acordo com pesquisa divulgada pela Fundação de Economia e Estatística (FEE) em 2016, a população de Torres cresce 72,9% durante o verão. Em entrevista, o próprio diretor da média complexidade no município, Tales Rodrigues, afirmou que a demanda no Pronto Atendimento (PA) triplica na alta temporada. Ainda assim, a administração municipal não garante um aumento efetivo no número de médicos, colocando a
assistência em risco.
Atualmente, a escala diária da unidade conta com três médicos: dois deles com plantão de 24 horas e o terceiro de 12 horas. Como alternativa para o crescimento da demanda, a solução apresentada é de que, entre os dias 20 de dezembro e 3 de janeiro (período que a administração municipal considera de alta temporada), os três estejam presentes em período integral. Ou seja, não há a contratação de novos profissionais.
"A conta entre demanda e disponibilidade não fecha. A carga de trabalho de três médicos não será suficiente para atender o triplo de pacientes", destaca a diretora do Simers Gisele Lobato. Ela ressalta também que os representantes da entidade médica estiveram nove vezes em Torres para discutir o assunto e, junto aos médicos, propor soluções. A única resposta dada é a terceirização, que não resolve o problema.
Problemas na rede básica
Mas não é apenas o Pronto Atendimento que preocupa. Na rede básica, existe apenas um pediatra, que precisa circular entre todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Depois que elas fecham, às 17h - e também nos finais de semana -, a única opção é o PA, que não conta com especialista na área.
Além disso, como o Simers já havia denunciado em visita realizada no final de novembro, um simples exame de sangue pode levar mais de um ano para ser feito em postos de saúde de Torres.