IPE Saúde: Simers afirma que novo modelo de remuneração aos hospitais coloca em risco a assistência

O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) participou da discussão entre as diferentes entidades da área sobre os riscos à assistência a partir da nova política remuneratória do governo gaúcho para os hospitais credenciados ao Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos do RS (IPE Saúde). A reunião aconteceu no final da tarde desta segunda-feira, 26, na sede da Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do RS (Fehosul).

O presidente do Simers, Marcos Rovinski, lembrou que uma mesa de negociação com o IPE deu início à reposição dos honorários médicos e hospitalares. Entretanto, o novo modelo vai na contramão deste processo, interferindo na autonomia médica. Além disso, há a intenção de obrigar os médicos atenderem no chamado convênio global, ficando vinculado ao hospital e não mais recebendo do Ipe.

 “O que vemos é uma tentativa unilateral de interferir na autonomia da atividade médica e do médico e não concordamos com isso. Precisamos voltar a unir forças e conversar com o estado, para que os cerca de um milhão de vidas não sejam afetadas, pois o que vemos é o desinteresse dos hospitais em continuar atendendo pelo plano”, ressalta Rovinski. 

O novo modelo proposto pelo Piratini vai entrar em vigor no dia 1° de março e tem gerado contrariedade junto às entidades, devido aos impactos negativos na receita anual dos hospitais, que pode chegar de 10% a 33% a menos. Entre os itens a serem alterados está o que remunera os medicamentos e as dietas, que deixará de ser pela marca do laboratório e passará a ser pelo valor de mercado do princípio ativo, muitos desses não constando na tabela do Ipe e, por isso, não havendo previsão de pagamento.