A paralisação dos médicos da Santa Casa de Misericórdia de São Lourenço do Sul completa 20 dias na quinta-feira (23), sem perspectiva de acordo. Em reunião na terça-feira (21) à noite, os médicos rejeitaram nova proposta apresentada pela direção do hospital, que recuou nas negociações. Desta vez, a administração não só ofertou o parcelamento dos quatro meses em atraso – outubro, novembro, dezembro e janeiro – em 24 ou em até 36 meses, como propôs uma redução de 20% nos honorários a partir do próximo mês, a fim de não atrasar mais as remunerações. Apesar do movimento, os profissionais seguem mantendo os serviços de urgência e emergência.
A sugestão foi prontamente rejeitada pelos médicos do corpo clínico que participaram do encontro. Uma contraproposta deverá ser apresentada pelos profissionais, com o apoio do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (SIMERS), que acompanha as negociações desde o início. O Sindicato reforça, com base em informações da Secretaria Estadual da Saúde, que a Santa Casa de São Lourenço recebeu cerca de R$ 1,4 milhão em valores atrasados do governo do Estado em janeiro.
O movimento
Paralisados desde o último dia 3 de fevereiro – um mês após notificar o hospital dessa intenção –, os médicos de São Lourenço do Sul seguem mantendo os serviços de urgência e emergência. O movimento envolve especialistas de cinco áreas – anestesia, radiologia, pediatria, cirurgia e ginecologia. A medida só foi tomada após expirar o prazo de 30 dias da notificação encaminhada à direção da Santa Casa, no início de janeiro, na qual o SIMERS cobrava a regularização dos pagamentos e para a qual não obteve resposta.
No dia 13 de fevereiro, em reunião com a administração do hospital, o SIMERS apresentou uma proposta que determinava o pagamento de três meses (outubro, novembro e dezembro) até o final de fevereiro, além do saldo restante (janeiro) em duas parcelas. A proposta foi rejeitada pela administração do hospital, que manteve a proposta anterior, que previa o pagamento de dois meses até o final de fevereiro e os demais repasses quitados em três parcelas em março, abril e maio. Na sexta-feira passada, a Santa Casa recuou da proposta e disse que não efetuaria mais o pagamento desses dois meses.
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