Médicos do Hospital Montenegro decidem manter paralisação

Os médicos prestadores de serviços no Hospital Montenegro decidiram manter a paralisação, iniciada no dia 12 de março. A decisão foi tomada em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) na noite desta sexta-feira, 4, convocada pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers).  Eles estão sem receber a remuneração desde novembro de 2024. A direção da instituição havia proposto esperar o aporte de R$ 30 milhões do Ministério da Saúde, com previsão de repasse até maio. A categoria rejeitou a oferta, por não haver garantia de que o valor virá nesse prazo.

O Simers irá comunicar a administração do hospital sobre o resultado da AGE. O presidente Marcelo Matias informou que também será encaminhada a proposta para que os municípios que utilizem os serviços da instituição contribuam com valores proporcionais ao número de habitantes. Atualmente, apenas o atendimento em Traumatologia possui um repasse por parte de cada Prefeitura, com um custo aproximado de R$ 0,87 por habitante, que é depositado no caixa único do hospital. “Sabemos que isso não irá solucionar o atual problema de atraso nos honorários médicos, mas é uma proposta para que haja um fluxo de receita contínuo”, destacou. A diretora do Sindicato para a Região Metropolitana, Alessandra Felicetti, também participou da assembleia.

Desde o início da paralisação, os médicos suspenderam os atendimentos eletivos, as consultas de fichas verdes e azuis, e a admissão de novos pacientes. Urgências e emergências não sofreram restrição. A paralisação atinge todas as especialidades e impacta não apenas a população de Montenegro, mas também diversos municípios da região do Vale do Caí, como São Sebastião do Caí, Brochier e Triunfo.