Médicos do Hospital Universitário de Canoas iniciam restrição de atendimentos

Começou nesta quarta-feira, 17, a restrição de atendimentos eletivos no Hospital Universitário (HU) de Canoas. Os médicos adotaram a medida devido às condições de trabalho e aos atrasos no pagamento por algumas empresas designadas pela gestora, a Associação Saúde em Movimento (ASM), para administrar as escalas. O presidente e o vice-presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Marcelo Matias e Felipe Vasconcelos, além dos diretores Ricardo Nogueira e Denise Affonso, estiveram no local para acompanhar a situação.

A Maternidade é um dos setores mais afetados. Gestantes classificadas como fichas azul ou verde estão sendo orientadas a buscar as unidades de saúde do município. “A restrição vai além da decisão dos médicos. Muitas equipes já atuavam de maneira limitada porque não contam com escalas completas, justamente pela dificuldade de manter os profissionais por atraso nos pagamentos,” salienta o presidente do Simers. A escala dos anestesistas é uma das que têm número insuficiente, o que impacta diretamente nas cirurgias eletivas.

“Estamos em contato constante com o prefeito Airton Souza e a secretária de Saúde de Canoas, Ana Boll, para construir um acordo para que o hospital volte a funcionar. Há empresas com atrasos desde janeiro. A Prefeitura está com dificuldades de financiar a Saúde, com a redução do repasse do Programa Assistir, do Estado. Por isso, defendemos que o governo federal assuma o HU e o governo gaúcho, o Hospital de Pronto Socorro da cidade”, completou Matias. Nessa terça-feira, 16, uma parte do que é devido foi repassada pela Prefeitura, que ficou de fazer mais duas transferências. 

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A decisão de restringir os atendimentos não urgentes ou de emergência foi tomada em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) no dia 1º de setembro. Além dos problemas para fechar escalas e dos atrasos dos pagamentos,  o HU está sem diretor técnico, o que é irregular e foi denunciado ao Conselho Regional de Medicina (Cremers). Também há falta ou inoperância de alguns tipos de equipamentos ou materiais, como cardiotocógrafo (que monitora o coração do feto em gestantes), manta térmica (para manter a temperatura de recém-nascidos e lactantes durante cirurgias), fibrobroncoscópio (para avaliação de vias aéreas), equipamento de Ressonância Nuclear Magnética e serra de gesso (para atendimentos ortopédicos).

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