Médicos ligados a FHGV em Sapucaia entram em estado de greve

Diante do atraso no pagamento do salário referente ao mês de setembro e da constante ameaça de que o cenário volte a se repetir, os médicos de Sapucaia do Sul que atuam em unidades administradas pela Fundação Hospitalar Getúlio Vargas (FHGV) deflagraram estado de greve. A decisão foi tomada em assembleia realizada na noite de quarta-feira (25) no SIMERS. “O pagamento deveria ser feito no quinto dia útil e os médicos só receberam no dia 23 de outubro, quase 20 dias depois. Existe a intimidação constante de que novos atrasos podem ocorrer, que o 13º salário não será pago em dia. Nós sabemos que esse tipo de prática vem se tornando comum, então adotamos uma conduta proativa, de proteção”, destaca a diretora do SIMERS Clarissa Bassin. Os médicos definiram ainda que, caso novos atrasos se concretizem, a entidade médica deve ajuizar ação.

Mediação no TRT

A falta de diálogo tem sido outra marca da gestão da FHGV em Sapucaia. Clarissa ressalta que quatro reuniões para tratar sobre o acordo coletivo da categoria foram desmarcadas, demonstrando a falta de interesse em negociar. Por isso, o próximo passo é buscar a mediação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). “Eles não têm recebido a reposição da inflação, diferente das demais categorias. Então, existe um prejuízo acumulado no salário desde 2015”, pontua Clarissa. Ela ressalta ainda que o acordo coletivo garante a possibilidade de que o SIMERS proteja os médicos também de outras perdas, como no valor das gratificações e em pagamentos que eram habituais e deixaram de ser feitos sem qualquer justificativa – a exemplo do valor diferenciado para plantões realizados em feriados.