Mitos e verdade sobre a trissomia do cromossomo 21
A síndrome de Down foi identificada e descrita pela primeira vez em 1862. Um século depois, em 1958, a causa genética foi descoberta: uma cópia extra do cromossomo 21. É uma alteração genética comum: uma cada 700 pessoas nasce com...
Compartilhe
21/03/2017 11:31
A síndrome de Down foi identificada e descrita pela primeira vez em 1862. Um século depois, em 1958, a causa genética foi descoberta: uma cópia extra do cromossomo 21. É uma alteração genética comum: uma cada 700 pessoas nasce com a síndrome. Porém, apesar de ser conhecida há muitas décadas e não ser rara, ainda há preconceitos e mitos sobre a síndrome de Down.
Quem nasce com a síndrome deve ter uma série de cuidados especiais com a saúde e têm marcos de desenvolvimento neuropsicomotor diferentes das crianças sem a alteração genética. É comum que ela desenvolva a fala e o caminhar um pouco mais tarde que os demais. Apesar disso, quem tem trissomia do cromossomo 21 têm toda a capacidade e deve viver uma vida comum - frequentando escolas, sendo inseridos no mercado de trabalho, e desenvolvendo uma vida social ativa.
Nesta semana, em função do dia 21 de março, Dia Internacional da síndrome de Down, conversamos com a médica geneticista e especialista no tratamento de pessoas com condição de causa hereditária, Elizabeth Lemos Silveira Lucas, para ajudar a compreender e desmistificar a síndrome.
Confira o que é mito e o que é verdade em relação à síndrome de Down:
Síndrome de Down é doença.
Mito. É uma alteração genética causada pela presença de um cromossomo extra. Há três cromossomos 21 ao invés de dois. Não deve ser vista como doença e não tem cura.
Quem tem síndrome de Down têm dificuldade de falar e caminhar
Parcialmente verdade. Em função da dificuldade neurológica e de uma hipotonia generalizada (tônus muscular baixo), as pessoas que têm a síndrome costumam ter dificuldade no desenvolvimento neuropsicomotor e normalmente aprendem a falar por volta dos três anos e, a caminhar, aos 4 anos de idade. Com o acompanhamento especializado, essas dificuldades são reduzidas.
Crianças com síndrome de Down devem ir para berçários e escolas especiais.
Mito. As crianças com síndrome de Down podem iniciar a sua socialização nos mesmos berçários destinados a crianças sem a síndrome. Porém, é indicado que o bebê tenha pelo menos 6 meses, quando o calendário vacinal já está avançado, já que crianças com síndrome de Down parecem ser mais suscetíveis a infecções. Em idade escolar, as crianças com trissomia podem frequentar escolas regulares que estejam prontas para a inclusão.
Síndrome de Down bloqueia o amadurecimento.
Mito. Apesar de acontecer mais tarde, pessoas com trissomia amadurecem comportamental e sexualmente. O que acontece é que muitas vezes a família e as pessoas próximas tratam a pessoa com Down de maneira infantil, prejudicando o processo.
A maioria das crianças com síndrome de Down nasce de mulheres mais velhas
Parcialmente verdade. Mulheres com 20 anos tem uma chance em 1450 de ter um filho com a síndrome, enquanto, aos 35, as chances passam de 1 a cada 350. O que acontece é que as mulheres mais jovens têm mais filhos que as mais velhas, logo, em números absolutos, cerca de metade das pessoas com síndrome de Down têm mães jovens e metade tem mães “mais velhas”.
Pessoas com síndrome de Down podem trabalhar.
Verdade. As pessoas com síndrome de Down podem desenvolver atividades produtivas. A escolha da atividade é um processo que deverá envolver a família, a empresa e os profissionais envolvidos no acompanhamento
O Simers utiliza cookies e tecnologias semelhantes, como explicado em nossa Política de Privacidade, para melhorar a experiência de usuário. Ao navegar por nosso conteúdo, o usuário aceita tais condições.