O diretor do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Antônio Castro, liderou comitiva que visitou três UPAs (Rio Branco, Caçapava e Boqueirão), além dos hospitais Nossa Senhora das Graças (HNSG), Pronto Socorro (HPSC) e Universitário (HU), todos em Canoas, na Região Metropolitana. As vistorias técnicas, de cunho institucional, aconteceram ao longo da quinta-feira 6.
O aumento nos diagnósticos de coronavírus, bem como os reflexos disso no atendimento e o encerramento do contrato do GAMP junto à administração municipal foram os principais pontos das conversas com médicos.
A primeira unidade a ser visitada foi a UPA Hugo Simões Lagranha, no bairro Rio Branco, pronto atendimento de referência para os quadrantes sudoeste e noroeste, onde se localiza o bairro Mathias Velho, localidade com o maior número de habitantes da cidade. O serviço, que chegou a atender na última terça-feira, 3, mais de 370 pacientes, grande parte por síndromes gripais, vinha registrando o atendimento médio de 250 pessoas.
A demanda é atendida por seis médicos por turno (quatro clínicos gerais e dois pediatras). Foi salientado que o processo de transição da GAMP gera desconforto, medo e incertezas, isso porque alguns médicos relataram que já possuem em seu histórico inúmeros prejuízos e valores que nunca foram pagos por administrações anteriores.
Na Unidade Liberty Dick Conter, destinada apenas a atendimento clínico e não-covid, a situação era mais razoável, comparada a encontrada no bairro Rio Branco. Com média de 80 atendimentos por dia, o estabelecimento teme com o futuro da saúde da cidade, pois a partir do dia 27 encerra-se o contrato do GAMP, porém o passivostrabalhista, salários e direitos ainda não estão esclarecidos de que forma serão quitados.
Principal ponto de atendimento de alta complexidade para a região, o HPSC (Hospital de Pronto Socorro Marcos Antônio Ronchetti) já registra aumento de casos de covid-19, tanto no corpo de funcionários quanto em pacientes que entram na instituição, mas, diferente de 2021, os quadros clínicos são leves, classificados em ficha verde ou azul, conforme protocolo.
Localizada no segundo quadrante mais populoso do município, a UPA Carlos Loureno Giacomazzi (Boqueirão), registrou entre segunda e terça-feira mais de 800 atendimentos, sendo 70% referentes a sintomas de influenza e covid. A organização da UPA é de quatro médicos clínicos durante o dia e três à noite, além de dois pediatras nos turnos dia e noite.
Para o diretor Antônio Castro: "o que precisa é reorganizar a saúde básica, direcionando as fichas azuis e verde para os postos de bairro, e não sobrecarregar as Unidades de Pronto Atendimento", disse.
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