NOTA PÚBLICA
DESCASO NA SAÚDE DE CANOAS E O PREÇO DA TERCEIRIZAÇÃO
O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) denuncia, mais uma vez, o desrespeito e a precarização que se instalou na saúde de Canoas devido à sanha da terceirização a qualquer preço.
No último dia 15 de fevereiro, a prefeitura deveria ter quitado os pagamentos de novembro e dezembro de 2024 dos médicos Pessoa Jurídica (PJ) que atuam nos hospitais da cidade. No entanto, mais uma vez, a promessa feita publicamente não foi cumprida. Apenas os profissionais do Hospital Universitário (HU) receberam novembro, enquanto os do Hospital de Pronto Socorro de Canoas (HPSC) seguem sem qualquer previsão de pagamento. Alguns profissionais estão há 90 dias sem receber.
A realidade da saúde canoense é a consequência direta de um modelo falido, que entrega a gestão de serviços essenciais a empresas terceirizadas, que vêm e deixam rastros de crise e prejuízos incalculáveis à população.
Desde 2018, a cidade tem sido palco de escândalos e instabilidade na administração, com contratos rompidos, empresas investigadas e trabalhadores penalizados pela má gestão. Cada troca de gestão terceirizada representa atrasos, paralisações, incertezas e, o mais grave, vidas em risco.
Diante desse cenário caótico, o Simers defende que Canoas perca a Gestão Plena da Saúde. Nesse modelo, o município recebe diretamente os recursos estaduais e federais para administrar os serviços de saúde de forma autônoma. No entanto, em Canoas, essa autonomia tem resultado em crises sucessivas, agravadas pela falta de transparência e pela priorização de contratos terceirizados que não garantem segurança aos profissionais nem atendimento de qualidade à população. A cidade se tornou um exemplo de como esse formato de gestão, quando mal administrado, pode ser um desastre.
É inadmissível que, numa cidade que já viveu o caos da intervenção municipal nos hospitais, com greves, falta de insumos e colapsos nos atendimentos, os erros do passado continuem a se repetir. A terceirização na saúde de Canoas não trouxe eficiência, não garantiu estabilidade e, muito menos, melhorou a qualidade dos serviços. Pelo contrário, gerou insegurança para médicos e demais profissionais e expôs a população a uma assistência instável e precária.
O Simers exige que a Prefeitura de Canoas cumpra sua palavra e regularize imediatamente os pagamentos pendentes. Além disso, reforçamos a necessidade urgente de revisão do modelo de gestão da saúde no município. É preciso colocar fim a essa política de terceirização irresponsável e buscar alternativas que garantam um sistema público eficiente, com estabilidade para os profissionais e qualidade no atendimento à população.
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