Novembro Azul: Secretaria Estadual da Saúde e especialistas entram em consenso sobre a prevenção do câncer de próstata

Depois de divergências sobre a realização de rastreamento do câncer de próstata em todos os homens a partir dos 50 anos, especialistas e Secretaria Estadual da Saúde (SES) entraram em um acordo. Agora, ambas as partes recomendam que os exames preventivos devem ser realizados somente quando existe a recomendação médica. Já em caso da presença de sintomas, o paciente deve ser investigado. Para chegarem a esse consenso, ocorreu uma reunião entre a SES, a Faculdade de medicina da UFRGS, Sociedade Brasileira de Urologia (SBU - Seccional RS) e serviço de Telessaúde. “Nesse encontro, acordamos de não haver indicação de rastreamento populacional, tudo baseado em trabalhos da literatura mundial. Os homens a partir dos 50 anos devem procurar atendimento como qualquer pessoa e discutir a avaliação da sua próstata se for assintomático. Se tiver sintomas deve procurar o urologista e se for de grupo de risco também”, explica a Presidente da Sociedade de Urologia do Rio grande do Sul, Nanci Denicol. O acordo foi apresentado na terça-feira (29), na sede da Secretaria, localizada no Centro Administrativo Fernando Ferrari (CAFF), com a presença do Secretário Estadual da Saúde, João Gabbardo dos Reis. Sintomas e tratamento do câncer de próstata O Novembro Azul é uma campanha realizada por muitas entidades, todos os anos, visando a saúde do homem, principalmente o tratamento do câncer de próstata. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), a doença é a segunda maior causa de morte entre os homens, ficando atrás apenas do câncer de pulmão. Conforme a pesquisa, a estimativa de casos para 2016 foi de 61.200. “O câncer de próstata tem influencia na genética. Para aqueles pacientes com histórico familiar, a probabilidade cresce em dobro, assim como afrodescendentes por apresentarem tumores mais agressivos”, esclarece Nanci. A próstata é uma glândula que só o homem tem, localizada logo abaixo da bexiga e na frente do reto. Ela possui uma forma de maçã e é responsável por produzir parte do sêmen. No câncer nessa região, geralmente o tumor cresce vagarosamente, demorando cerca de 15 anos para alcançar 1cm, sem dar sinais durante a vida. “Não tem sintomas específicos, em geral são devidos ao crescimento benigno da próstata, surgindo dificuldade para iniciar a micção, jato mais fraco e ter de acordar a noite até sangramento, mas só pelos sintomas não podemos dizer que é câncer”, explica Nanci. A presidente da SBU RS esclarece que o tratamento é feito a partir da identificação da fase do tumor. “O tratamento depende do grau de agressividade em que está o tumor, podendo ir desde vigilância ativa, passado por cirurgia ou radioterapia. A decisão deve ser tomada compartilhada entre paciente e médico”, esclarece.