Em 2016, o número de casos de câncer entre os brasileiros chegará a 600 mil, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), que relaciona os novos casos da doença com o aumento da expectativa de vida, urbanização e globalização. Entre os homens, são esperados 295.200 novos casos, e entre as mulheres, 300.870. A estimativa também prevê que até 2020 a incidência de câncer no Brasil terá aumento de 14%. Por ordem de incidência, os principais tipos que ocorrerão no país serão os de pele não melanoma, os de próstata e os de mama.

O câncer é a segunda causa de morte dos brasileiros, contabilizando 190 mil óbitos por ano. O envelhecimento, assim como tabagismo, obesidade, sedentarismo, consumo de carnes processadas e o consumo de álcool são fatores de risco para o desenvolvimento do câncer. As diferenças socioculturais e econômicas entre as regiões do Brasil modificam os números de casos da doença em cada local.

No Norte, o câncer de mama não será o mais incidente entre as mulheres, desconsiderando o câncer de pele não melanoma. O câncer do colo do útero é o mais frequente na região entre o sexo feminino. No Sul, esse tipo é o quarto que mais afeta as mulheres. Entre os homens, excluindo-se o câncer de pele não melanoma, o câncer de pulmão é o segundo mais incidente no país. Já no Norte e Nordeste, é o câncer de estômago.

Taxas de Incidência estimadas para 2016* para os tipos de câncer mais frequentes (exceto pele não melanoma) em homens, Brasil e regiões geográficas

* por 100 mil habitantes

Taxas de Incidência estimadas para 2016* para os tipos de câncer mais frequentes (exceto pele não melanoma) em mulheres, Brasil e regiões geográficas

* por 100 mil habitantes

Estudo prevê distribuição de oncologistas no Brasil

A partir da divulgação do número de casos previstos para esse ano, o Serviço de Oncologia do Hospital Moinhos de Vento fez um balanço do número de oncologistas no Brasil nos próximos quatro anos. “A pesquisa é uma estimativa dos últimos oito anos do crescimento da população, da evolução do registro de câncer, dos registros de novos oncologistas e do número de vagas de residência de hoje e de oito anos atrás”, explica a médica oncologista do hospital, Alessandra Menezes Morelle.

De acordo com o estudo, o crescimento de especialistas ocorrerá em razão do aumento das vagas de residência médica, porém a distribuição não é uniforme em todo o país. A pesquisa concluiu que somente a região Centro-Oeste apresentará redução do número de médicos em relação ao número de pacientes com câncer. As maiores concentrações desses especialistas são encontradas no Sudeste e no Sul.

Segundo a médica, a preocupação com o número de oncologistas devido ao aumento de câncer é mundial. A distribuição de especialistas por pacientes no país atualmente é um para 500, mal distribuídos. Para 2020, a previsão é que tenha um oncologista para 340 casos novos de câncer.

Alessandra enfatiza que a sociedade médica brasileira deve se organizar para incentivar programas que estimulem a ida de oncologistas para áreas que são e serão deficitárias. “Não é só ir para o Interior. É preciso estrutura, hospital e infraestrutura adequados para o trabalho do profissional”, ressalta.