O que Julia deveria ter feito após viver uma situação de violência no episódio "Quer morrer, doutora?"

Na websérie Nascidos para Medicina, obra ficcional que retrata os desafios dos médicos na luta pela prestação da saúde de qualidade no Brasil,  a médica Julia enfrenta uma situação de violência. Quando bandidos invadem a emergência, exigindo atendimento para uma mulher baleada, Julia assume a responsabilidade de lidar com a situação, mas a tensão do momento pode levá-la além de seus limites. Assista aqui. Julia conseguiu lidar com o momento de tensão, mas quais outras atitudes ela também deveria tomar?

Anotar dados de agressor e testemunhas

Logo após incidente de ameaça e violência, o médico deve anotar (ou pedir para outro funcionário) os dados do agressor, se estiverem disponíveis. Também é interessante conversar e ter os dados de pessoas que testemunharam o caso, para ajudar na investigação.

Comunicar imediatamente a direção da instituição

O profissional começa a fazer sua parte na prevenção de novos casos de violência no trabalho comunicando imediatamente seus superiores dentro da própria instituição. O fato deve ser registrado no livro de ocorrências e em documento por escrito, encaminhado ao diretor e coordenador do posto de saúde, hospital, unidade de pronto-atendimento, clínica, consultório.

Registrar ocorrência

Lavrar Boletim de Ocorrência (BO) em uma delegacia de polícia é uma das ações mais importantes do médico agredido moral ou fisicamente, ou que esteja recebendo qualquer tipo de ameaça, pessoalmente ou por outros meios de comunicação. É importante entregar aos oficiais os dados do paciente agressor e das testemunhas, além de fazer o exame de corpo de delito, se houve agressão física. Se o profissional preferir, pode solicitar à coordenação da instituição de saúde que faça o registro em seu lugar.

Comunicar entidades como SIMERS e Conselho Regional de Medicina

Além dos órgãos públicos, é importante que o profissional alerte também entidades representativas da classe, como SIMERS e Conselho Regional de Medicina. Essas informações servem de subsídio para o trabalho dessas entidades, reforçando a demanda - sempre presente - por investimentos em infraestrutura e segurança no trabalho.

Avaliar se precisa de afastamento

O médico que passou por uma situação traumatizante ou que esteja recebendo ameaças frequentes deve avaliar se precisa de afastamento temporário do exercício de suas funções em determinado local. Acompanhamento profissional também é uma alternativa, cabendo ao profissional julgar se é necessário.

Cobrar segurança

Após ou mesmo antes de acontecer qualquer incidente, o profissional pode cobrar dos superiores e órgãos públicos de segurança no local de trabalho: Botões de pânico, linhas diretas com instituições de segurança, identificação pessoal na entrada do estabelecimento, presença de profissionais de segurança e rondas policiais frequentes no entorno melhoram o ambiente de trabalho. Saiba mais: Sofri ameaças e agora? Como os médicos devem proceder em casos de violência Onda de violência que atingiu o RS em 2016 já se mostra presente em 2017