Onda de violência que atingiu o RS em 2016 já se mostra presente em 2017
A Luta

Onda de violência que atingiu o RS em 2016 já se mostra presente em 2017

2016 foi um ano de violência sem precedentes no Rio Grande do Sul. A quantidade e a brutalidade dos casos que marcaram a falta de segurança no Estado foram notícia permanente durante todos os meses. Mesmo depois de agosto, mês...

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04/01/2017 13:26

Foto: IndiaUniform / iStock
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2016 foi um ano de violência sem precedentes no Rio Grande do Sul. A quantidade e a brutalidade dos casos que marcaram a falta de segurança no Estado foram notícia permanente durante todos os meses. Mesmo depois de agosto, mês da chegada da Força Nacional em uma tentativa de conter escalada da violência no RS, os relatos de crimes não diminuíram. Os primeiros dias de 2017 já mostraram que a onda violência não acabou. Entre a noite de domingo e a madrugada de segunda-feira, sete pessoas foram executadas apenas em Porto Alegre e uma ambulância foi sequestrada: sete pessoas armadas abordaram a equipe do Samu, colocaram o corpo de um adolescente morto na ambulância e ordenaram que a equipe os levasse para o hospital. A equipe, que estava indo para outro atendimento, orientou o grupo a acionar a Brigada Militar, já que o corpo deveria ser encaminhado para perícia. Os criminosos não concordaram e exigiram que a ambulância levasse o corpo para o Hospital. Ninguém ficou ferido. Este é só mais um caso de uma onda de violência que atinge o Estado. Segundo o último relatório divulgado pela Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul (SSP), o crime de latrocínio (roubo seguido de morte) cresceu 34,8% nos primeiros seis meses do ano, em comparação com o mesmo período em 2015. Um dos casos de latrocínio que teve grande repercussão em 2016 foi o da médica Graziela Müller Lerias, 32 anos, morta após assalto em Porto Alegre. O crime, ocorrido em agosto deste ano, gerou comoção na comunidade médica do Estado. Além do latrocínio, os crimes de homicídio doloso (quando há intenção de matar), de roubo, roubo de veículos, furto de veículos, extorsão mediante sequestro, corrupção e delitos relacionados a armas e munições também tiveram aumento em seus índices. Destes, os números relacionados a roubo foram os mais acentuados, com crescimento de 19,5% e um total de 44.370 registros.
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Insegurança atinge a saúde

Os postos de saúde e hospitais no Estado também estão sendo afetados por essa onda de violência, onde pacientes e médicos são atingidos. Segundo levantamento do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (SIMERS), em 2016 foram registrados 15 casos de violência nos estabelecimentos de saúde de Porto Alegre, sendo nove destes com envolvimento de armas de fogo. Além da Capital, postos de saúde nos municípios de Canoas, Gravataí, Passo Fundo também registraram assaltos à mão armada, além de um furto de equipamentos e medicamentos em São Leopoldo. Os dados compõem monitoramento do SIMERS, com base em relatos e notícias da Imprensa. Desde o início da escalada da violência, ainda em 2015, o SIMERS vem exigindo medidas concretas do poder público para assegurar a segurança nos postos de saúde e hospitais. O sindicato reivindica a integração do videomonitoramento de diversos órgãos, instalações de botões de pânico, policiamento em todas as unidades, aumento do efetivo da Guarda Municipal e detector de metais nas unidades. Em agosto, o SIMERS e a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) criaram uma câmara temática para tratar das questões de violência que atingem unidades de saúde. Considerando os dados da SSP, os municípios que tiveram ocorrências de assalto nos postos de saúde estão entre os 13 com maiores índices de roubo. Canoas registrou 2.147 roubos e 139 delitos relacionados a armas e munições, perdendo apenas para a Porto Alegre (que teve 17.691 roubos e 557 delitos com armas). Passo Fundo e Gravataí ficam na 7ª e 9ª posição, respectivamente, em ambos os crimes. Nos crimes de furto, São Leopoldo aparece como 8º município com mais registros. Além dos dados, a sensação de insegurança e o pouco policiamento nas ruas e em espaços como a rede pública de saúde, por exemplo, reforçam a situação da violência atual no Estado. Os reflexos desse cenário em hospitais e postos de saúde fazem com que a área, que já é deficitária em outros âmbitos, perca, ainda mais, no que diz respeito à infraestrutura necessária para um atendimento de qualidade.

Entidades divulgam manifesto que pede o fim da violência contra médicos

No final de 2016, entidades médicas do Brasil e da América Latina divulgaram um manifesto pedindo o fim da violência contra médicos no exercício da profissão. O documento foi aprovado na Confederação Médica Latino Ibero Americana e do Caribe (Confemel), em Brasília. Entre as reivindicações apresentadas na carta está a adoção de medidas de segurança em torno dos serviços de saúde para evitar os riscos de agressão. Propõe também que os profissionais sejam capacitados para manejar situações de conflito e recomenda que os pacientes e a sociedade recebam informações acerca do problema.
Tags: saúde Segurança Hospital posto de saúde

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