Osório: como o Hospital São Vicente de Paulo vai sair do vermelho?
A Luta

Osório: como o Hospital São Vicente de Paulo vai sair do vermelho?

A boa notícia: até o dia 30 de janeiro, o Hospital São Vicente de Paulo, em Osório, deverá receber do Estado R$ 516 mil em verbas atrasadas para quitar salários e outras obrigações em aberto. A má: é certo que...

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19/01/2018 17:29

Foto: Eliana Izaias
Foto: Eliana Izaias
A boa notícia: até o dia 30 de janeiro, o Hospital São Vicente de Paulo, em Osório, deverá receber do Estado R$ 516 mil em verbas atrasadas para quitar salários e outras obrigações em aberto. A má: é certo que as contas da instituição – que sofre um déficit mensal de R$ 200 mil – voltarão a atrasar em breve. As informações sobre a quitação foram repassadas pelo representante da Coordenadoria Regional de Saúde do Estado na última quinta-feira (18/jan), durante reunião realizada no Ministério Público de Osório, com a participação do Simers, do Sindisaúde e da administração do São Vicente de Paulo. Também estiveram no encontro o prefeito do município, Eduardo Abrahão (PDT) e representantes do deputado estadual Gabriel Souza (PMDB). Sob intervenção desde 2014, o São Vicente de Paulo enfrenta dificuldades para arcar com o pagamento dos funcionários. Os salários estão atrasados há pelo menos dois meses e adicionais como férias e 13º vêm sendo pagos de maneira parcial desde 2016. Muitos trabalhadores, sentindo-se prejudicados, pediram demissão. A situação é especialmente preocupante para os médicos. A administração costuma contratá-los sem carteira assinada, ainda que atribua a eles a responsabilidade por plantões e cirurgias. Atuando como Pessoa Jurídica ou como autônomos (RPA), os médicos ficam sem condições de suspender legalmente suas atividades – tal como vêm fazendo os demais trabalhadores do São Vicente de Paulo. Alguns deles estão com honorários atrasados desde outubro de 2017. E há casos em que até mesmo os atendimentos feitos por convênio são pagos com atraso, ainda que nada tenham a ver com as verbas do governo estadual. O diretor do Simers, André Gonzales, defende que a administração do São Vicente de Paulo preste contas da situação financeira e espera que o Estado garanta os pagamentos em dia daqui para frente. Além disso, entende que o município de Osório deveria rever as bases financeiras do contrato com o hospital, que vence no final deste mês. Essas alternativas, porém, seriam meros paliativos, e não atuariam sobre a verdadeira causa da penúria do hospital: a sucessão de administrações desqualificadas, que tornaram a instituição deficitária e totalmente dependente de verba pública. Na reunião, nem a administração do São Vicente de Paulo e tampouco os representantes do poder público apresentaram propostas concretas para garantir a solvência do hospital. Diante disso, o Ministério Público apelou às partes para que operem suas ações com responsabilidade para evitar a desassistência à população de Osório, fato este que demandaria o ajuizamento de ação competente.
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