O frio mais prolongado em 2016 ajudou os agentes de saúde da região de Passo fundo a controlar a infestação que ocorre todos os anos. A Vigilância Ambiental do Município montou uma força tarefa para combater o mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como dengue, febre chikungunya, febre amarela e zyka vírus.
Para lutar contra o inseto é necessário conhecê-lo. Ele gosta de calor, água parada (independente da limpeza), ficar nos cantos e no escuro. O Aedes tem preferência por se esconder atrás dos objetos ou embaixo deles, como armários, sofá e portas. Também tem adoração por plantas porque necessitam do néctar para
ter energia e se deslocar para outros locais.
Com o intuito de dar fim à proliferação do inseto, a Vigilância Ambiental do Município de Passo Fundo, nos meses em que ocorre o LIRA (Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes), sorteia quarteirões dentro da cidade para realizar a fiscalização no interior das residências.
O número é alarmante quando se tem conhecimento da quantidade de larvas existentes nos domicílios. Em aproximadamente 50%, foi encontrado foco do mosquito. Para a Vigilância, se em três pontos, em um raio de 300 metros, for encontrado foco do mosquito é considerado infestação e a intervenção é feita pela Secretaria de Saúde Municipal.
Até o mês de setembro de 2016, foram 100 notificações de casos suspeitos e dois casos comprovados de dengue de pessoas que contraíram a doença em Passo Fundo. Em 2015, a situação foi a mesma devido ao inverno ameno, o que torna o mosquito mais resistente.
Para a coordenadora da Vigilância Ambiental em Saúde de Passo Fundo, Ivania Silvestrin, os índices estão menores que no ano passado. “O que auxiliou bastante neste processo foi a sanção da lei municipal número 5173 de dezembro de 2015, que
estabelece normas e obrigações para prevenção à proliferação de doenças transmitidas pelos vetores da febre amarela, febre chikungunya e dengue no município de passo fundo – RS e dá outras providências”.
No momento em que são identificadas larvas do mosquito, o morador é notificado, a Secretaria de Saúde dá um prazo de 24 horas para que o foco seja eliminado. Após o prazo, os agentes retornam ao local e se neste período as providências não tiverem sido tomadas, o morador é multado.
O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (SIMERS) vem colaborando com o Governo do Estado na disseminação das informações importantes no combate contra o
Aedes Aegepty. Desde 2015, segue produzindo vídeos informativos para veiculação em rádio, TV e internet, confeccionou uma cartilha informativa para os médicos do Estado, distribuiu 3,5 milhões de folhetos para sociedade, criou um espetáculo infantil que explica sobre o mosquito (os atores são voluntários que trabalham no SIMERS) e montou, em parceria com a administração do Museu de história da Medicina (MUHM), um jogo com tabuleiro gigante no qual as crianças aprendem brincando, quais são os cuidados essenciais para que não haja a procriação e proliferação do
Aedes Aegypti.