Pediatra na sala de parto poderia evitar 300 mil mortes de bebês por ano
A Luta

Pediatra na sala de parto poderia evitar 300 mil mortes de bebês por ano

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04/05/2016 17:30

baby-210194_1280 A antiga luta dos médicos pediatras em atuar na sala de parto ganhou força e se estabeleceu como portaria. Embora os grandes hospitais trabalhem com este profissional, os hospitais de menor porte nem sempre contam com a presença deste especialista. Uma norma, neste caso, vem auxiliar na garantia do pediatra na sala de parto. A Portaria nº 306, de 28 de março de 2016, aprova as “Diretrizes de Atenção à Gestante: a operação cesariana”, garantindo a presença do pediatra em todas as cesarianas. O texto do parto normal também já foi aprovado, mas no momento, aguarda trâmites burocráticos. Em 2014 estes médicos sofreram um entrave, pois na tentativa de reduzir custos, o Ministério da Saúde sustentou no período uma consulta pública questionando a presença do pediatra neonatal durante cesáreas eletivas, além de redesenhar diversas diretrizes para o momento do parto. Para o vice-presidente da Sociedade de Pediatria, Marcelo Porto, é imprescindível a presença de um pediatra treinado nos procedimentos de reanimação neonatal na sala de parto. “Temos três milhões de nascidos vivos por ano no Brasil. Destes, 10% necessitarão de assistência para iniciar a respiração nos primeiros minutos de vida, o que representa 300 mil recém-nascidos por ano. Não se estabelecer a ventilação adequada no primeiro minuto de vida, chamado 'minuto de ouro', pode deixar o bebê com sequelas ou até mesmo levá-lo à morte. Esses riscos aumentam 16% a cada minuto que vai passando sem a presença de um pediatra. No Brasil, morrem 13 recém-nascidos por dia por causas relacionadas à asfixia perinatal”, explicou. Há dois anos morriam 15 bebês por dia no país. “O objetivo é alcançar a casa de um dígito para mortes de recém-nascidos. Não podemos mais ficar com a ideia que o nascimento é tranquilo, que nada acontece. Isso é verdade na maioria dos casos, mas e quando não é? Tem que ter uma ação rápida do profissional para resolver esse problema“, destaca Porto. “Atualmente, em vários locais simplesmente não há pediatra na sala de parto. Em uma emergência é acionado o profissional mais perto, mas até ele chegar ao local já se passaram muitos minutos. Por isso, a importância dessa portaria. Agora, entre existir a portaria e o cumprimento dela há uma certa distância, mas já é um grande passo”, conclui o pediatra. Leia a íntegra das “Diretrizes de Atenção à Gestante”  
Tags: médica pediatra

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