Portas Abertas Simers: relatora da Comissão sobre Violência Obstétrica e Morte Materna da Câmara, Any Ortiz, é recebida pela entidade

A deputada federal Any Ortiz, relatora da Comissão Especial sobre Violência Obstétrica e Morte Materna da Câmara dos Deputados, foi a convidada do Portas Abertas Simers – Compromisso Para a Saúde, desta segunda-feira, 29, no Auditório Carlos Sá, na sede do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul. Por mais de uma hora a parlamentar debateu com os dirigentes da entidade médica pautas centrais da categoria e do setor de saúde na esfera nacional, especialmente no contexto do Congresso Nacional. Da mesma forna, comentou o trabalho que está sendo realizado na Comissão sobre Violência Obstétrica e Morte Materna da Câmara dos Deputados, reiterando sua postura na linha da defesa do obstetra e contra qualquer criminalização da sua atividade.

“Fizemos uma infinidade de audiências e tivemos dezenas de depoimentos. Ingressamos na fase final de trabalho e pretendemos apresentar o resultado e votar o conjunto de projetos que sairão desta Comissão, antes do recesso”, afirma Any, que esteve acompanhada por sua assessoria técnica, liderada por Paulo Dias. A deputado federal iniciou sua explanação comentando que não gosta da palavra violência obstétrica e que uma mãe perder um bebê não deve ser encarado como um dado estatístico, e sim como um drama familiar, devendo existir um balizamento de condições que garantam um parto seguro e conduzido tecnicamente, com autonomia ao profissional médico.

Regramento nacional

Any Ortiz afirmou que o conjunto de projetos, em fase de elaboração, pretende construir um entendimento, um regramento que tivesse efeito em todo o país e ampliasse a proteção das mulheres e dos bebês no momento do parto.

O presidente do Simers, Marcos Rovinski, que esteve acompanhado do vice-presidente, Fernando Uberti; do diretor do Interior, Luiz Alberto Grossi; do diretor da Região Sul, o obstetra Marcelo Sclowitz, e do Tesoureiro da entidade, o cirurgião pediátrico, Guilherme Peterson, lembrou que os médicos vêm, ao longo dos anos,  se afastando da Obstetrícia e sofrendo forte impacto de judicialização. 

Politização do parto

O Vice-Presidente, Fernando Uberti, salientou que não se pode politizar o parto e defendeu o Ato Médico e Obstétrico. “Este tema é muito caro para nós, uma vez que temos, a cada ano, a redução de Centros Obstétricos no Rio Grande do Sul. Querer criminalizar os médicos que estão buscando salvar a vida da parturiente e bebê, muitas vezes sem as melhores condições de trabalho, é incoerente. Enquanto isso, desde 2016 tramita no Congresso Nacional Projeto de Lei que aumenta a pena para quem agredir médico, sem que tenhamos a certeza se será votado e se tornará lei. Falta vontade política para enfrentarmos os reais inimigos da saúde”, afirmou Uberti.

Portas Abertas

O Portas Abertas - Diálogos com a Política, é um projeto de encontros que acontecem quinzenalmente no Simers. Neles, são recebidos parlamentares federais e lideranças políticas e de outras instituições, para apresentação e debate das pautas centrais da categoria médica e do setor de saúde no Estado.

Quem é Any Ortiz
 

 Any Machado Ortiz (19 de outubro de 1983) é uma advogada e exerce atualmente seu primeiro mandato como deputada federal, depois de exercer dois mandatos como deputada estadual do Rio Grande do Sul e um mandato na Câmara Municipal de Porto Alegre. Filiada ao Cidadania desde 2011, ela é membro titular do Diretório Nacional e membro suplente da Executiva Nacional da sigla. É filha de Ernesto Ortiz Romacho, ex-prefeito de Palmares do Sul, e sobrinha de Antônio Ortiz Romacho, diretor da Associação Gaúcha de Supermercados (AGAS). Formou-se em direito pela PUC-RS. Antes de iniciar sua carreira política, realizou trabalhos voluntários em comunidades carentes.