O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), autorizado por meio de Assembleia Geral Extraordinária (AGE) composta pelo corpo clínico do Hospital São Sebastião Mártir (HSSM), de Venâncio Aires, deu partida às rodadas de negociação em decorrência do contigenciamento da correção dos honorários médicos, que há quase três anos não são atualizados. Contudo, nem a Prefeitura ou tampouco a Secretaria de Saúde de Venâncio Aires participaram da reunião, nem enviaram interlocutores.
O Simers, há quase vinte dias, já havia se reunido com o secretário da saúde e o convidou para participar do encontro de alinhamento, mas declinou no último dia 15, por problemas de agenda. A Entidade médica reiterou a importância da participação do Poder Público, porém não foi considerado. De acordo com as contas apresentadas pelo administrador do Hospital, Luis Fernando Siqueira, a instituição registra déficit histórico de quase R$ 10 milhões. Para o HSSM não há como negociar nenhuma correção, e a proposta seria uma redução dos honorários em 10%, a fim de buscar o equilíbrio nas contas do São Sebastião Mártir.
O déficit nas contas do hospital, que tem origem há mais de uma década, dá-se pela falta de diálogo com a administração municipal, não apenas a atual, mas anteriores também. O contrato entre o Município e o HSSM possui uma série de problemas de ordem pecuniária, e não há revisão do mesmo, nem auditoria, por parte da Prefeitura, sobre as contas do Hospital, a fim de se ter uma visão macro do contrato.
"O que se vê é uma pressão desnecessária sobre os médicos, que são os herois da pandemia. É inadmissível que um profissional fique três anos sem correção de seus ganhos. O custo de vida está enorme, a inflação corroendo os ganhos de qualquer trabalhador, e a Prefeitura se quer se importa com isso. O que o Simers busca é a reposição com base no IPCA do último triênio, que foram postergados pelos médicos, a fim de dar prosseguimento dos serviços durante o auge da pandemia, auxiliando no fluxo de caixa da Instuição", afirmou Giuliano Steil, delegado do Simers em Venâncio Aires.
Por força da AGE realizada em fevereiro, houve um acordo de que a negociação entre o hospital e o Município em prol da revisão contratual seja concluída até 30 de junho. Ficou deliberado que, em caso de insucesso, os médicos do HSSM irão, a partir de 1º de julho paralisar ou exercer suas atividades de forma padrão, atendendo apenas casos de urgência e emergência.
O corpo clínico reitera sua preocupação com a sociedade de Venâncio Aires, e por respeito à ela, já informa essa situação antecipadamente. O Simers, novamente, irá se reunir e discutirá o tema. A Prefeitura será convidada, bem como demais Poderes locais.
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