O presidente do Simers, Marcelo Matias, foi um dos convidados a depor como testemunha na audiência desta segunda-feira (3) na CPI dos Medicamentos da Assembleia Legislativa, criada com a finalidade de investigar os aumentos exorbitantes de preços de fármacos e insumos utilizados no combate à pandemia de Covid-19.
Matias fez uma apresentação de cerca de 15 minutos sobre o histórico da pandemia, começando pelos registros iniciais de casos no país e no Estado, passando pelos primeiros alertas sobre a possível falta de medicamentos para intubação, o aumento exorbitante dos preços - que chegaram ao ápice de 467% - e o desabastecimento em hospitais do interior gaúcho.
O dirigente relatou ações do Simers ao longo dos últimos meses para evitar o desabastecimento de medicamentos com base, principalmente, no relato de médicos que atuam nos hospitais. Em 25 de março, lembrou Matias, o Simers lançou nota oficial para reiterar a necessidade de urgentes providências das autoridades e órgãos afins com relação à falta de insumos e medicamentos aos pacientes de UTIs de instituições de saúde de diferentes cidades. No período, foram dezenas de ofícios enviados para relatar os problemas e cobrar soluções.
O documento chamava atenção das autoridades e gestores para medicamentos básicos e insumos para o atendimento dos pacientes que recebem atendimento nas Unidades de Tratamento Intensivo, tais como analgésicos, sedativos e neurobloqueadores musculares indispensáveis para os casos de intubação. O objetivo era garantir a disponibilidade e prevenir a falta desses itens.
Problemas graves de desabastecimento foram registrados em Santana do Livramento, Soledade, Uruguaiana e São Gabriel, que foram foco de ações da entidade médica. “Houve sim desabastecimento do chamado kit de intubação, e isso gerou piora da assistência dos pacientes. Houve sim aumento de preços pela questão de oferta e procura, mas foi excessivo porque envolve vidas e o governo deve intervir”, avaliou o presidente do Simers.
Matias ainda fez críticas à falta de controle sobre a distribuição dos medicamentos entre os hospitais, para que não faltassem aos de pequeno porte. Além disso, evidenciou a falta de previsão para a compra, uma vez que era do conhecimento de todos, segundo ele, a chegada de uma segunda onda do vírus ao Estado.
O presidente do Simers deu sugestões para evitar novos problemas de falta de medicamentos e insumos, como manter a produção em alta e ampliar estoques para possíveis novas ondas e continuidade da doença, atualização constante das vacinas às novas cepas, reforço à educação da população para minimizar a disseminação do vírus, comprar mais EPIs e o isolamento dos pacientes com sintomas.
Presidida pelo deputado Dr. Thiago Duarte (DEM), a reunião virtual também contou com a participação de quase dez deputados, o presidente do Cremers, Carlos Isaia Filho, o presidente da Amrigs, Gerson Junqueira Júnior, a presidente do Coren/RS, Rosângela Gomes Schneider, e a presidente do CRF/RS, Silvana de Vargas Furquim.
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