Por que é preciso ir ao médico ao sentir dor de cabeça frequente?
A Luta

Por que é preciso ir ao médico ao sentir dor de cabeça frequente?

Praticamente todas as pessoas já sentiram dor de cabeça ao longo de sua vida e a maioria delas já se medicou sozinha ao sentir fortes dores. É o que fazia a jornalista Mariana de Freitas. Não sabendo que padecia de...

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26/02/2016 17:43

  0009481201X-849x565 Praticamente todas as pessoas já sentiram dor de cabeça ao longo de sua vida e a maioria delas já se medicou sozinha ao sentir fortes dores. É o que fazia a jornalista Mariana de Freitas. Não sabendo que padecia de enxaqueca desde os 15 anos de idade, Mariana tratava seu sofrimento como sendo uma dor de cabeça comum. “Levei 5 anos para entender que eu tinha enxaqueca. Enquanto isso, tomei vários remédios tradicionais por conta própria. Inclusive, brinco que tomei overdose de remédios. Cheguei a parar no hospital por causa disso. Foi quando percebi que precisava procurar um neurologista.” Estudos mostram que pacientes com enxaqueca não procuram tratamento porque acham que é só uma dor de cabeça comum, mas a enxaqueca é uma das grandes causas de sofrimento. Comparada com a asma, a enxaqueca traz mais prejuízo às pessoas, deixando-as intolerante a luz e ruídos, precisando procurar um lugar escuro para se recuperar. Algumas pessoas sentem náuseas e vômitos, além disso, a intensidade da dor e o fato dela piorar com o movimento do corpo faz com que a pessoa fique estática, não podendo trabalhar ou sequer buscar o filho na escola, desencadeando prejuízo na vida social, familiar e profissional. A dor causada pela enxaqueca pode durar de 4 horas a três dias. Dependendo da pessoa pode ser causada por privação ou excesso de sono, incomodações ou emoções boas, por períodos longos sem se alimentar, ou mesmo mudança de clima. Mas como saber que a dor que você está sentindo é uma enxaqueca e precisa procurar um médico? Para o neurologista Fernando Kowacs, se a dor for diferente da sentida habitualmente ou se é acompanhada de alguns sintomas como perda de força, é preciso procurar um especialista. “Quando a pessoa sente dor de cabeça uma vez por semana, quando ela dura de um a três dias ou quando a pessoa toma analgésicos por mais de 10 dias no mês, é necessário procurar um médico. O analgésico de vez em quando para dor de cabeça não tem problema. Mas se a dor for frequente, tem que tomar remédio para preveni-la.” Fernando explica que o perigo de tomar tanto remédio por conta própria é que o cérebro começa a se acostumar com o analgésico e quando a pessoa não toma, a dor de cabeça aparece. “Tenho um paciente que toma de 8 a 10 comprimidos por dia porque tem dor de cabeça todos os dias. Isso acontece porque quando o nível desses remédios no sangue baixa, a pessoa tem dor de cabeça. Meu recorde foi um paciente que tomava 12 comprimidos por dia. Isso é muito prejudicial à saúde. Além de se arriscar pelos efeitos tóxicos dos remédios, isso só faz a dor aumentar, porque quando passa o efeito do remédio a dor vem mais forte”. Para tentar evitar a dor de cabeça é preciso antes de tudo a pessoa se conhecer, saber o que desencadeia o seu mal. É o que fez Mariana. Depois de tanto tempo com dores, descobriu a causa do seu sofrimento. “Comecei a perceber que tenho hipersensibilidade à luz e a cheiro forte. Já sei que terei enxaqueca quando a dor começa latejante na lateral da cabeça. Também sei que minha dor é relacionada a estresse, tensão muscular no ombro e pescoço e a ansiedade. Melhorei muito quando comecei a fazer atividade física. Há três anos minha relação com a enxaqueca melhorou. Teve época que eu tinha crise quase toda a semana. Passava o fim de semana inteiro de cama. Hoje em dia, as crises são raras. Quando percebo a dor, já tomo o remédio receitado pelo médico. Se acordo com dor, fico deitada quietinha no escuro, com gelo na cabeça esperando a dor passar.” No Brasil, cerca de 15,2% dos adultos têm ou terão enxaqueca ao longo da vida. As mulheres têm três vezes mais enxaquecas do que os homens devido aos hormônios e o ciclo menstrual. A partir da adolescência, o número de pacientes com enxaqueca vai aumentando. Na velhice e na infância, as pessoas têm menos enxaqueca por motivos ainda não conhecidos. Fernando dá como dicas para ter menos crise de enxaqueca a prática de atividade física aeróbica; ter rotina de sono e de horários de alimentação regular; evitar dentro do possível picos de estresse; aprender o que age como desencadeante em cada caso como álcool, determinadas bebidas ou alimentos, mas nunca fazer dieta padrão. “Tudo isso varia de pessoa para pessoa. É importante também a pessoa procurar tratamento não só pra tratar a crise na hora que ela acontece, mas medicamentos para prevenir a crise, para diminuir a sua frequência. A enxaqueca é uma doença genética. É uma doença do cérebro que é herdada. A pessoa tem que usar os tratamentos preventivos para diminuir as crises e ter um bom tratamento para quando a dores acontecerem e assim tornar a qualidade de vida mais próxima do normal possível”.
Tags: Dor de cabeça

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