Atualmente, com apenas um clique, o médico pode acessar sistemas, agendar consultas e atualizar o prontuário através de notebooks, tablets e smartphones. O prontuário eletrônico — novo modelo para registrar as informações e dados de pacientes — nasceu, se desenvolveu e já é uma realidade na rotina de diversos profissionais de saúde.
A médica de uma clínica dermatológica de Porto Alegre, Taciana Dal´Forno Dini, é adepta da tecnologia. Ela conta que o sistema modificou totalmente a rotina do local: “O prontuário eletrônico agilizou a observação de atendimentos e exames anteriores e diminuiu a chance de documentos e prontuários serem extraviados. Também facilitou o agendamento e cancelamento dos horários de consulta, bem como o controle de atrasos”.
Entretanto, a tecnologia não possui apenas pontos positivos, de acordo com a médica Taciana, os desenhos de partes corporais e do planejamento dos tratamentos ficaram prejudicados. “Dois pontos me incomodam no prontuário eletrônico: não conseguimos desenhar nele, como fazíamos no de papel, e arriscamos diariamente atrasar toda a agenda de atendimento caso o sistema fique fora do ar”, afirma.
Vantagens e desvantagens de cada tipo de prontuário:
O método tradicional de registrar o histórico do paciente não necessita de treinamento e, a curto prazo, é mais barato. Uma das principais vantagens do papel é que ele tem validade jurídica, pois acompanha a assinatura e o carimbo do médico.
Porém, não existe um padrão para criar um prontuário e cada profissional pode adotar o modelo que desejar. Ele também tem pouca durabilidade, pois se desgasta com o tempo. Além disso, ainda existe o prejuízo ambiental e a necessidade de espaço para armazenamento.
As principais vantagens da tecnologia são agilidade e segurança. O prontuário eletrônico disponibiliza todos os dados dos pacientes em um sistema online compartilhado com vários profissionais, que proporciona agilidade no acesso e a segurança de todas as informações protegidas por senhas. Além disso, a inovação proporciona economia de espaço, pois elimina as folhas de papel, as pastas e os enormes gaveteiros que guardavam os documentos. Ele também tem validade jurídica se o médico possuir assinatura digital.
As principais desvantagens do prontuário eletrônico é que precisa de investimento em hardware, software e, possivelmente, treinamento da equipe médica.
SUS implanta prontuário eletrônico
No final de 2015, 25 mil computadores foram entregues nas Unidades Básicas de Saúde do país para a implantação do software E-SUS – sistema que, por meio do prontuário eletrônico, reúne todas as informações de acolhimento do paciente em diferentes áreas. A ideia da tecnologia é elogiada pelos profissionais, entretanto, relatos denunciaram falhas de funcionalidade.
Conforme depoimentos que chegaram ao conhecimento do Sindicato Médico do RS (SIMERS), o sistema apresenta, com frequência, falhas na rede que acarretam em retrabalho. Em Porto Alegre, há casos em que o profissional perde uma hora ou mais por turno ao ter que digitar novamente as informações por indisponibilidade do sistema. Enquanto isso, a agenda está lotada e outros pacientes precisam de atendimento.
O SIMERS recebeu, no ano passado, a equipe de médicos que atua no desenvolvimento do e-SUS Atenção Básica e a instabilidade do sistema foi discutida. Na ocasião, foi definida a criação de um Grupo de Trabalho que está buscando adequar a implantação do e-SUS às agendas dos médicos e cobrar condições técnicas dos municípios, como instalação de computadores nos consultórios e rede com qualidade de sinal. No próximo dia 07 de abril haverá uma reunião para verificar o andamento das reivindicações.