Quase 2 milhões de brasileiros deixam planos de saúde em 18 meses

Os planos de saúde perderam mais de 900 mil beneficiários no primeiro semestre de 2016. A queda de vínculos entre pacientes e planos já havia sido alertada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) no começo deste ano: 1 milhão de brasileiros deixaram os planos privados em 2015. A evasão de pacientes dos planos de saúde suplementar chega a 1,9 milhão em 18 meses - pessoas que passaram a depender exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS), que já sofre com falta de recursos, superlotação e longas filas de espera. No Rio Grande do Sul, não é diferente. São 48 mil contratos a menos nos últimos 12 meses. Entre 2006 e 2014, o número de contratos de plano de saúde cresceu ininterruptamente. A queda no número de contratos começou na mesma época em que a crise financeira agravou-se no país e o desemprego aumentou. O desemprego é um dos maiores motivos para a queda no mercado de planos de saúde, já que 66,27% dos contratos são empresariais. Entre dezembro de 2014 e abril de 2016 (dados mais recentes), a taxa de desemprego no Brasil saltou de 6,5% para 11,2%. Sem emprego em uma economia em recessão, a população fica sem recursos para contratar um plano particular. Ao mesmo tempo, a crise motiva cortes no orçamento do governo federal: só a área da saúde perdeu R$ 5,3 bilhões do orçamento de 2016. Agora, o SUS, que historicamente já sofre para atender à demanda de pacientes com uma verba insuficiente, deve prestar serviço para quase 2 milhões de pacientes a mais com um verba reduzida.   Por Shana Sudbrack/Cartola - Agência de Conteúdo