O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) foi a Santa Cruz do Sul, na quinta-feira, 20, para averiguar o caso de agressão contra uma médica em uma unidade de saúde. A conselheira Lúcia Osório e a assessoria jurídica vistoriaram o local e aconselharam a profissional. Ela foi atacada por um paciente que queria obrigá-la a emitir um laudo sem ter agendado horário. O caso ocorreu justamente no Mês da Mulher, em que o Simers lançou uma campanha para combater a violência contra as médicas.
A profissional atuava no Estratégia da Saúde da Família (ESF) Glória, no bairro Vitória, na periferia da cidade, desde setembro de 2024, pelo programa Mais Médicos. Segundo a coordenação da unidade, o paciente frequenta o local há bastante tempo. Ele é cadeirante e usa sonda na bexiga. Na última terça-feira, 18, queria que fosse emitido um laudo para uso de cadeira elétrica.
Ao ser informado que precisaria agendar consulta, ficou alterado, não se conformou e invadiu o consultório. Exigiu ser atendido e, quando a médica reforçou a informação da necessidade de agendamento, jogou uma cadeira contra ela, que lesionou a mão ao se defender do objeto. Quando tentou sair, foi agarrada pelo braço. Após soltá-la, o paciente saiu pela porta lateral da ESF, que é de uso restrito dos funcionários, ameaçando retornar ao local.
Abalada, a médica registrou boletim de ocorrência e fez exame de corpo delito. Ela está afastada do trabalho por 15 dias e vai ser realocada em outra unidade. Formada há menos de dois anos, nunca havia enfrentado violência física. A conselheira Lúcia Osório salientou que as estruturas das unidades de saúde não foram pensadas para garantir a segurança dos profissionais. “Os médicos ficam muito expostos por não haver a presença de vigilantes e pela disposição da sala, onde eles precisam passar pelo paciente para sair do consultório. Deveria ser pensado um sistema para que esse tipo de situação não ocorra”, afirmou.
A Secretária Municipal da Saúde está prestando apoio à médica e emitiu nota repudiando a agressão. Desacato a servidor público em exercício da função é crime previsto no artigo 331 do Código Penal, passível de prisão de seis meses a dois anos, além de multa. Nesse caso contra a profissional da ESF, o agressor também pode ser indiciado por lesão corporal. O Sindicato está sempre alerta para defender os médicos e tem um telefone de plantão 24h para prestar auxílio e receber denúncias. Basta ligar para o 0800 510 2569.
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