31/07/2018 09:05
A saúde da capital gaúcha agoniza com o desmonte do serviço público pela gestão municipal. A exemplo dos médicos do Instituto Médico de Estratégia e Saúde da Família (Imesf), que paralisaram as atividades devido ao congelamento salarial por mais de dois anos, os médicos municipários decidiram entrar em greve por tempo indeterminado. A decisão, unânime, foi tomada na noite desta segunda-feira (30/jul), em assembleia geral realizada na sede do Simers.
Por conta dos projetos do prefeito Nelson Marchezan Jr., que ferem as normas do funcionalismo público, desmoralizando os trabalhadores, e o recorrente parcelamento salarial, a situação ficou insustentável. Tanto os servidores do Imesf quanto os do município param a partir desta terça-feira (31/jul). Nesta mesma data, a prefeitura de Porto Alegre anunciou que irá parcelar novamente o salário dos servidores municipais.
Para o diretor do Simers Jorge Eltz, o cenário é justificado pela incapacidade da prefeitura em administrar a cidade de Porto Alegre. “A gestão municipal está pegando os funcionários como bode expiatório. Ataca os servidores municipais para justificar a incompetência de gerir a cidade. Há dinheiro em caixa, pois a prefeitura está longe do limite prudencial, e ainda teve superávit ano passado. É uma política de destruir a carreira dos servidores”, dispara Eltz.
Já a diretora Clarissa Bassin analisa que os atos da prefeitura estão, também, comprometendo a saúde da população. “O governo Marchezan está se caracterizando por não sentar em mesas de negociação, dificultando ao máximo todas as negociações. Ouso dizer que está se caracterizando uma gestão que patina pela improbidade administrativa, pois não faz um acordo adequado com a fundação pública de direito privado, não negocia com os municipários e empurra todos para a greve. Dessa forma, o serviço prestado à população se fragiliza”, afirma Clarissa.
Normativas da greve
As normativas da greve serão decididas pelo Judiciário, sem data certa para acontecer. Na paralisação do ano passado, por causa de parcelamento salarial, a Justiça determinou que os médicos mantivessem pelo menos 50% da força de trabalho nos postos de Saúde e nos serviços de Emergência. Já no caso dos funcionários do Imesf, na manhã desta segunda-feira (30/jul), a Justiça determinou que 30% dos servidores de cada categoria continuem na ativa.
Os médicos do município estão em assembleia permanente.