A saúde pública no Brasil
A Luta

A saúde pública no Brasil

Marcar consulta, exames, encaminhar pacientes a especialista, iniciar tratamento, demandam meses; cirurgias eletivas até anos.  Para emergências e cirurgias urgentes, não há leitos e os pacientes são medicados em cadeiras, macas e colchões pelo chão. Não raro morrem aguardando leito....

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01/02/2017 08:20

Marcar consulta, exames, encaminhar pacientes a especialista, iniciar tratamento, demandam meses; cirurgias eletivas até anos.  Para emergências e cirurgias urgentes, não há leitos e os pacientes são medicados em cadeiras, macas e colchões pelo chão. Não raro morrem aguardando leito. Alguns conseguem seus direitos por via judicial. Com má gestão e populismo o Ministério da Saúde erra o diagnóstico e impõem medidas inúteis e maléficas ao povo: 1- Importar médicos: a OMS recomenda  1 médico para 1000 habitantes e temos  mais de 5 e formamos mais de 30 mil  por ano, crescendo muito mais que a população. Em locais isolados, com esgoto a céu aberto, sem  água tratada, eletricidade, infraestrutura e ferramentas médicas, a relação é mínima, mas médico não é pajé. Por estas deficiências  e  baixa remuneração o SUS perdeu mais de 40 mil médicos nos últimos 10 anos. E por proselitismo político, importa  “Mais Médicos” através da OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde), sem o revalidação de diploma e  90% dos que à ele se submetem são reprovados. Alguns são técnicos em enfermagem com diploma falsificado. A maioria é de cubanos (18.000)  , com  passaporte exclusivo para o Brasil, não podendo se afastar dos locais de trabalho e suas famílias não podem sair de Cuba. De seus de vencimentos (R$11 mil) 60% destina-se ao governo cubano. Os médicos do SUS ganham em torno de R$2.000,00 e as vezes parceladamente. Poucos vão para comunidades isoladas, a maioria permanece em regiões metropolitanas e mesmo assim tem reclamado das condições de trabalho e mais de 700, contaminados pelo vírus da democracia, fugiram para os Estados Unidos. Preceptores brasileiros para acompanhá-los escancara a insegurança do Conselho Federal de Medicina (CFM) com os “Mais Médicos”. Os importados custam bilhões por ano e a  “ambulancioterapia” continua asfixiando as emergências hospitalares e os médicos sendo agredidos, necessitando proteção policial. Quantas UPAS poderiam ter sido construídas com esses bilhões? Seria mais racional importar gestores qualificados. E agora “ o Ministério da Saúde lança editais  para substituição parcial de médicos da OPAS por brasileiros (838 cubanos  e 166 desistentes). Se não preenchidas, serão postas a disposição de brasileiros formados em qualquer país”, tudo sem revalidação de diploma, porém “com “bolsa-formação mensal” de R$11.520,00, ajuda de custo de até R$30.000,00 para os que optarem por vaga longe da cidade onde residem, auxílio moradia e alimentação garantidos pelos municípios mensalmente” (Revista  CREMERS – Dez. 2016).   2- Criação de faculdades: temos  mais de 300 faculdades (60% privadas, com mensalidades  de até 15 mil reais), das quais 59%  são deficientes, sem hospitais próprios, residência médica e corpo docente qualificado  e mais outras tantas em fase processual, solicitadas por prefeitos. As privadas crescem mais que dobro que as públicas. É a mercantilização e a degradação da medicina com a desqualificação do médico e desrespeito à população. Os Estados Unidos tem 149, a China 150 e a Índia 381, com populações bem maiores  que o Brasil. 3- Leitos hospitalares: a OMS e o MS recomendam de 3 a 5 para cada  1.000 habitantes e temos menos de 2,5. O SUS perdeu 286 hospitais e mais de 20.000 leitos nos últimos 7 anos, pois as tabelas do SUS cobrem 60% dos custos hospitalares. Os hospitais filantrópicos  se mantém a custa de doações e quermesses. 4- Pressionar médicos a atender mais pacientes por hora, tentando reduzir filas e queixas, levando a chamada “medicina defensiva”, ou seja, proteger-se de viciosas ações judiciais gratuitas através de solicitação de exames, aumentando custos e reduzindo a qualidade do atendimento, pois  história e  exame físico consomem  tempo e são requisitos fundamentais para a humana relação médico-paciente, pois  médico trata doentes e não doenças. Reduz também no valor da consulta (vencimento fixo  quatro vezes menor que o dos importados) e para manter seu “status”  chega a trabalhar 60 horas por semana, tenso, dormindo pouco, comprometendo seu desempenho. Medidas que beneficiariam à saúde: “Centrais Informatizadas de prontuários” ao alcance de qualquer ponto de atendimento, agilizando o atendimento e reduzindo custos. UPAS com infraestrutura, equipamentos fundamentais e especialistas 24 horas por dia, pois não se justifica percorrer quilômetros para fazer exames laboratoriais, radiografias, eletrocardiogramas, ecografias, engessar fraturas ósseas, quimioterapia, diálise renal e outros. Plano geográfico com cidades com infraestruturas crescentes, até chegar a cidades com equipamen os caros, salas cirúrgicas e pósperatório, unidades de tratamento intensivo e especialistas permanatemente.. Estabelecer carreira funcional para médico, em tempo integral, mediante concurso público, nos moldes do judiciário, nos três níveis executivos, com vencimentos compatíveis com a responsabilidade de quem lida com vida. Assim os médicos irão onde o SUS infraestruturado e equipado chegar.   Dr. DECIO FARACO DE AZEVEDO Cardiologista
Tags: Leitos na saúde pública

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