Falta receituário azul para a prescrição de medicamentos, faltam até mesmo os próprios medicamentos, como antidepressivos, tranquilizantes e antipsicóticos, e a higienização dos postos é precária. Baratas, lixo acumulado, sujeira e grama alta compõem o cenário calamitoso encontrado pelo Simers em duas unidades de saúde mental de Cachoeirinha na tarde de terça-feira (06).
A diretora Ariadene Duarte esteve no Centro de Atenção Psicossocial (CAPs) e no ambulatório de Saúde Mental do município verificando as condições de trabalho dos médicos e atendimento aos pacientes. Uma reunião será agendada com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para solicitar providências imediatas.
Uma das situações mais graves, averiguadas nas duas unidades, refere-se à falta de receituário azul para prescrição de substâncias psicotrópicas – o que interfere diretamente no exercício dos médicos psiquiatras de Cachoeirinha.
Sem outra opção e para evitar que os pacientes fiquem sem as medicações, está sendo utilizado o receituário branco especial, mas este só é aceito pela farmácia municipal. Como também há falta de antidepressivos, tranquilizantes e antipsicóticos na rede, o paciente não poderá comprar sua medicação em farmácias privadas, já que este modelo de receita não é aceito para comercialização de substâncias do tipo.
Psiquiatras dos locais já fizeram contato com a SMS, mas o retorno obtido foi de que não há previsão para fornecimento de talonários. A preocupação dos especialistas é com o iminente comprometimento do tratamento dos seus pacientes.
No CAPs, que atende pacientes adultos e com dependência química, um galão de desinfetante era o último produto de limpeza que restava para que funcionários pudessem realizar a limpeza do local. Sem higienização há semanas, o local dispõe de apenas uma profissional para o serviço, mas que deve priorizar outra função: a alimentação dos pacientes, já que a unidade atende como hospital-dia. De férias, ela não foi substituída e o lixo se acumula nos dois prédios e terreno ao lado do shopping da cidade.
Baratas vivas e mortas, teias de aranha e poeira eram visíveis por todo o espaço. O local chegou a fechar por alguns dias na semana anterior à visita do Simers por falta de condições de atendimento. “O lixo e a sujeira podem afetar a saúde de toda a equipe assistencial, incluindo médicos, pacientes e demais frequentadores”, alertou a diretora Ariadene.
No ambulatório de Saúde Mental a situação não é diferente. Desde 26 de dezembro, quando a equipe foi transferida para o prédio atual, localizado no bairro Bom Princípio, não há serviço de higienização.
No dia 11 de dezembro, o prefeito Miki Breier afirmou ao Simers que a contratação de uma nova empresa para higienização das unidades básicas de saúde estava encaminhada. A entidade médica verificou que na segunda-feira (05), alguns postos receberam o serviço, como o CAPs infanto-juvenil e o Serviço de Atendimento Especializado DST/Aids.
A falta de segurança nas unidades também preocupa os médicos das unidades. O vigilante do CAPs, por exemplo, está de férias e o local fica sem qualquer cobertura. Na manhã de terça-feira (06), a equipe fez contato com a gestão, que garantiu o plantão de uma viatura da Guarda Municipal, o que não ocorreu até pouco mais de 17h, quando o Simers esteve no Centro.
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