Sífilis em gestantes pode chegar a 42 mil casos no país
A Luta

Sífilis em gestantes pode chegar a 42 mil casos no país

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04/04/2016 15:14

pregnant-woman-1130611_1920 O governo federal estima que neste ano as notificações de sífilis em gestantes cheguem a quase 42 mil casos no país, enquanto as infecções por sífilis congênita (transmitida pela mãe ao bebê) devem superar 22 mil casos entre menores de um ano. O cálculo foi feito com base no aumento percentual registrado entre 2012 e 2013, de 25% e 18%, respectivamente. A sífilis pode ser transmitida pela relação sexual e em casos raros por transfusão de sangue e pela transmissão vertical, da mãe para o filho. Esta muito associada ao HIV, sendo que 30% das gestantes com HIV positivo tem sífilis. No Rio Grande do Sul, dos bebês contaminados por HIV quase 1/3 tinham sífilis associada também. Isso se deve porque a sífilis aumenta o risco da transmissão do HIV para o bebê. A doença é tratada com penicilina, medicamento utilizado como padrão em casos de infecção por sífilis cujo desabastecimento no país ocorria desde 2014. Conforme omédico do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de Clínicas de POA, Fernando Rocha de Oliveira, a falta deste remédio causa transtorno. “Para a gestante isso é um grande problema porque a penicilina trata o feto também, mas atualmente isso está se normalizando. As maternidades já tem a penicilina suficiente para fazer o tratamento. Não tenho tido dificuldades. Há disponível também nos postos de saúde, Sanatório Partenon e no hospital de Clínicas.” Conforme Oliveira, a taxa de sífilis congênita em POA é de 22.5 em mil nascidos vivos. “O ideal seria 1 para mil nascidos vivos. A taxa de gestantes no RS com sífilis é de 3,5%. A taxa de gestantes com sífilis no Brasil é de 20 para 100 mil habitantes. No RS é de 40 em 100 mil habitantes. Em 2014, POA teve 1300 casos de sífilis. Independe de gestante ou não. A taxa era de 90 para 100 mil habitantes”. Ele ainda afirma que diminuir os números de pessoas com a doença seria possível com uma melhor assistência pré- natal. "Desta forma, dificilmente a mãe vai transmitir para o feto. Nos postos de saúde há um teste rápido que em 30 minutos está pronto. Na primeira consulta a gestante já saberá se tem sífilis ou não. Quanto mais precoce o tratamento menor a chance de transmitir para o bebê”, destaca o médico. Diferente do HIV que não tem cura, a sífilis é facilmente tratada só que precisa de uma boa assistência para o tratamento se completar. São três injeções e o companheiro tem que tomar o medicamento também. Quando é feito de forma adequada tem cura em 100% dos casos. “As maternidades são obrigadas a fazer esse teste no momento em que internam a mãe para o bebê nascer. Para a criança ter alta ela também tem que ter passado pelo teste de sífilis senão o hospital não recebe o repasse do pagamento do SUS”. Em Porto Alegre, a Secretaria Municipal da Saúde informa que distribui cartilhas relacionadas ao tema e disponibiliza os insumos (preservativos masculino, feminino e gel lubrificante) a todas as unidades de saúde sem limitação de quantitativos por pessoa. Essa distribuição é realizada durante todo o ano e com reforço em datas especificas como o carnaval e dia dos namorados bem como o dia mundial de luta contra a AIDS.
Tags: Gestante; Sífilis

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